71% das brasileiras considera difícil cuidar de casa, filhos e trabalho ao mesmo tempo
A maior queixa reside na agitada rotina, acompanhada da sensação de falta de valorização pela dedicação aos cuidados dos filhos
No cenário atual, enfrentar os desafios da maternidade enquanto equilibra trabalho, lar e filhos continua sendo considerado uma das tarefas mais árduas para as mulheres.
A maior queixa reside na agitada rotina, acompanhada da sensação de falta de valorização pela dedicação aos cuidados dos filhos.
Uma pesquisa conduzida pelo aplicativo Peanut, nos Estados Unidos e no Reino Unido, revela que o sentimento de desapreço é praticamente unânime entre as mulheres que já foram mães. Das 3.615 participantes, 95% afirmam sentir-se subvalorizadas e "invisíveis" na sociedade.
No Brasil, um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) sobre a "economia do cuidado" aponta que 65% do trabalho doméstico, incluindo o cuidado com filhos e idosos, é realizado por mulheres.
O tema gerou debates intensos, chegando a ser o foco da redação do Enem de 2023. Em sintonia com esse tópico, 71% das participantes do mais recente estudo da Famivita afirmaram considerar desafiador conciliar casa, filhos e trabalho nos dias de hoje.
A PESQUISA
A pesquisa da Famivita, conduzida com 2.500 participantes entre 11 e 25 de setembro de 2023, revelou que as respostas positivas predominam na faixa etária de 35 a 39 anos, com 77%, seguidas pelas mulheres de 25 a 29 anos, com 76%. Entre os homens, 66% também consideram desafiadora essa conciliação.
No recorte regional, 78% das mulheres no Norte, 75% no Nordeste, 68% no Centro-Oeste, 72% no Sul e 71% no Sudeste assinalaram a dificuldade de equilibrar casa, filhos e trabalho.
Quanto à busca por soluções, a pesquisa questionou quem poderia melhorar essa situação. Para 38% das participantes, essa responsabilidade recai sobre o governo, enquanto 25% apontam para a família, 19% para os empregadores, 13% para outros e 6% afirmam que ninguém deveria intervir.
No grupo que atribui a responsabilidade ao governo, 40% estão na faixa etária de 30 a 34 anos, enquanto 39% das mulheres consideram o governo responsável, em comparação com 28% dos homens.
Aquelas que apontam para a família como responsável majoritariamente têm entre 25 e 29 anos, representando 25% das respostas. Entre as que mencionam os "empregadores", 25% estão na faixa etária de 35 a 39 anos.