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Defesa se recusou a transportar ministros para Terra Yanomami e gera irritação, dizem funcionários

Funcionários do governo Lula indicam que o Ministério da Defesa recusou o uso de seus aviões para levar ministros para Terra Yanomami. Situação gera irritação em membros da gestão

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Cynara Maíra

Publicado em 22/01/2024 às 9:30
Lula e José Múcio, ministro da Defesa. Funcionários do governo Lula indicam que o Ministério da Defesa recusou o uso de seus aviões para levar ministros para Terra Yanomami. Situação gera irritação em membros da gestão - Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Depois de um ano em que foi exposta a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami, ministros do governo Lula (PT) dirigiram-se ao local para avaliar a situação da população.

Embora tenham comparecido, indicações da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo, sugerem que o Ministério da Defesa, que faz parte de um acordo de cooperação com a Base Aérea de Brasília para operações na terra dos Yanomamis, recusou-se a disponibilizar aeronaves para transportar os ministros até o local.

MINISTÉRIO DA DEFESA NEGA USO DE AVIÃO EM DIREÇÃO À TERRA YANOMAMI POR MINISTROS DE LULA

As ministras Marina Silva (Meio Ambiente) e Sonia Guajajara (Povos Originários), juntamente com o ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos), visitaram Auaris (RO) em 10 de janeiro para averiguar a situação do povo no território Yanomami, que ainda sofre com uma crise humanitária.

Mesmo que tenham conseguido viajar, é indicado que os ministros enfrentaram dificuldades para chegar ao local. As informações provenientes do governo Lula afirmam que o Ministério da Defesa se recusou a transportar as lideranças até a Terra Indígena Yanomami.

Apesar do acordo de cooperação entre a Defesa e a Base Aérea de Brasília para operações na região Yanomami, o Ministério se recusou a transportar os ministros, alegando que as aeronaves disponíveis não tinham autonomia de voo para alcançar o local.

A situação causou estranhamento e desconforto entre os membros do governo Lula. Fontes do Planalto, ouvidas pela coluna da jornalista, indicam que os militares na região Yanomami não estão realizando as tarefas de rotina e vigilância designadas para o local, que enfrenta ameaças decorrentes do garimpo ilegal.

Há indícios de insatisfação em outras pastas com a atuação das Forças Armadas nesse contexto, mas a orientação do governo Lula é não apenas apontar críticas, mas criar soluções próprias para o problema.

Foi dessa forma que os ministros chegaram às terras Yanomami, com uma mobilização da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) e da Secretaria de Saúde Indígena, utilizando contratos alternativos para garantir o transporte de 27 pessoas até o local, utilizando três aviões Caravan.

A coluna de Bergamo procurou o Ministério da Defesa, que não mencionou a recusa em relação às aeronaves, mas destacou que, desde o início da mobilização na região, foram distribuídas 766 toneladas de alimentos e materiais, totalizando 34,4 mil cestas básicas.

Também foi apontado que, durante esse período de atuação do Exército, foram realizados 3.029 atendimentos médicos, 205 evacuações médicas por meio de aeronaves, detenção de 165 suspeitos de garimpo ilegal, e 1.400 militares estão alocados nas Terras Yanomami.

Presidente LULA participa de CERIMÔNIA do COMANDO MILITAR DO NORDESTE.

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