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Bolsonaro planejou ofensiva contra o TSE em encontro do governo; vídeo de reunião foi base para operação da PF

Vídeo de reunião entre Bolsonaro e membros de seu governo mostra planejamento de ataques ao TSE antes das eleições de 2022. Material foi base para operação desta quinta (08)

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Cynara Maíra

Publicado em 09/02/2024 às 7:52
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A ação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua rede de aliados, realizada nesta quinta-feira (08), teve como ponto de partida um vídeo encontrado no computador do ex-tenente-coronel Mauro Cid, antigo ajudante de ordens de Bolsonaro.

O filme em questão registra uma reunião ocorrida no Palácio do Planalto em 5 de julho de 2022, na qual Bolsonaro e seus colaboradores discutiram uma estratégia de ataque direcionada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e à credibilidade das urnas eletrônicas.

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Fontes da Polícia Federal, conforme reportagem do Blog de Malu Gaspar no Globo, revelaram que os participantes da reunião sobre o ataque ao TSE não estavam cientes da gravação durante o encontro.

Entre os presentes, além do ex-presidente Jair Bolsonaro, estavam:

  • Anderson Torres (Justiça),
  • Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Defesa),
  • Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional),
  • Walter Braga Netto (ex-Chefe da Casa Civil e vice-presidente na chapa de Bolsonaro para a reeleição) e
  • Mário Fernandes (substituto na Secretaria-Geral da Presidência).

Embora o vídeo em si não tenha sido divulgado publicamente, a transcrição do seu conteúdo foi incluída no pedido que resultou na operação desta quinta-feira.

O entendimento da PF é de que Bolsonaro, preocupado com uma possível derrota eleitoral para Lula, buscava mobilizar sua equipe contra o TSE. Nas gravações, Bolsonaro expressa desconfiança nos ministros do STF, alegando que estariam tramando uma fraude para garantir a vitória de Lula no primeiro turno.

Além disso, a tensão entre o TSE e as Forças Armadas foi apresentada como uma evidência de que a Justiça Eleitoral estaria favorecendo o petista.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, destacou que o vídeo evidencia um "esquema golpista" dentro do governo da época.

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Como desdobramento, a operação Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim), deflagrada nesta quinta-feira, incluiu busca e apreensão na residência de Bolsonaro em Angra dos Reis (RJ) e a requisição imediata do seu passaporte em um prazo de 24 horas.

As ordens, emitidas por Alexandre de Moraes, também proíbem Bolsonaro de se comunicar com outros investigados.

Na operação, quatro pessoas ligadas a Bolsonaro foram presos preventivamente, incluindo dois ex-assessores especiais e dois membros do Exército.

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Aliados do ex-presidente, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o General Braga Netto e o General Augusto Heleno, foram alvos de busca e apreensão. Durante a ação, Valdemar Costa Neto foi preso por posse ilegal de arma de fogo.

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