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Senado recorre de decisão do STF sobre transporte gratuito em eleições

A decisão, julgada pelo STF em outubro do ano passado, teve seu acórdão publicado em 5 de fevereiro

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Marcelo Aprígio

Publicado em 17/02/2024 às 9:28
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O Senado apresentou um recurso contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que exige que estados e municípios ofereçam transporte público gratuito durante os dias de eleições.

De acordo com o recurso, tal decisão deveria passar pelo Congresso, e caso o tribunal mantenha sua determinação, os custos devem ser suportados pela Justiça Eleitoral.

O recurso destaca que o prazo de um ano estabelecido pelo Supremo para que o Congresso legisle sobre o assunto é bastante restrito para a aprovação de uma lei.

Se nenhuma lei for aprovada dentro desse período, automaticamente a gratuidade no transporte municipal e interestadual nos dias de votação entrará em vigor.

Este movimento parlamentar, formulado como um embargo de declaração, é assinado por Gabrielle Tatith Pereira, coordenadora do Núcleo de Assessoramento e Estudos Técnicos do Senado, Fernando Cesar Cunha, advogado-geral adjunto de Contencioso, e Thomaz Gomma de Azevedo, advogado-geral do Senado.

Esse instrumento permite que uma das partes de um processo esclareça dúvidas e aponte omissões, contradições ou ambiguidades em decisões judiciais.

No documento, os advogados do Senado destacam que a decisão do Supremo coloca em risco as finanças dos governos locais, podendo aumentar a dívida de prefeituras e governos estaduais e afetar a capacidade de investimento público em outras áreas.

Eles também alertam que a gratuidade no transporte pode desequilibrar os contratos entre os governos locais e as empresas de transporte, levando a um aumento nos preços das passagens.

A decisão, julgada pelo STF em outubro do ano passado, teve seu acórdão publicado em 5 de fevereiro.

DECISÃO DO STF

O Supremo, por unanimidade, validou a gratuidade no transporte público durante os dias de votação em resposta a uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) apresentada pelo partido Rede Sustentabilidade.

Segundo o relator do caso, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, o transporte público gratuito possibilita a participação de toda a população nas eleições.

Durante o julgamento, ele afirmou: "Numa democracia, as eleições devem contar com a participação do maior número de eleitores e transcorrer de forma íntegra, proba e republicana".

Barroso havia concedido uma liminar solicitada pela Rede Sustentabilidade nas eleições de 2022, exigindo transporte público gratuito nos dois turnos de votação.

No ano passado, o plenário do Supremo confirmou essa medida, considerando que a falta de aprovação da gratuidade constitui uma omissão constitucional.

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