Bolsonaro atrasou relatório sobre urnas e pediu mais esforço para achar erros, apontou militar à PF
General Freire Gomes afirmou que Bolsonaro impediu que o relatório de segurança das urnas fosse divulgado. Jair pediu que militares se esforçassem mais para achar erros
O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército brasileiro, prestou um extenso depoimento à Polícia Federal, estendendo-se por mais de sete horas.
Os detalhes do que foi discutido pelo militar começaram a surgir nesta semana. Entre os assuntos abordados, Freire Gomes falou sobre o relatório do Exército referente às urnas eletrônicas nas eleições de 2022.
Segundo o militar, o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, não autorizou a liberação do relatório após sua conclusão.
BOLSONARO PROIBIU DIVULGAÇÃO DE SEGURANÇA DAS URNAS
Depois de Bolsonaro não autorizar a divulgação, o relatório sobre a integridade das urnas só foi apresentado após as eleições, em 9 de novembro de 2022, resumidamente.
O atraso na divulgação do relatório foi aguardado com expectativa por membros do PL e apoiadores de Bolsonaro, na esperança de que o texto revelasse algum tipo de irregularidade. No entanto, o relatório confirmou a regularidade e segurança das urnas eletrônicas.
Freire Gomes informou à PF que em várias ocasiões informou a Bolsonaro que não foram encontradas evidências de fraude nas urnas eletrônicas.
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Após ouvir o resultado das investigações, Bolsonaro teria instruído os militares a se esforçarem mais, alegando que o relatório não estava alinhado com as informações que ele havia recebido sobre o assunto.
De acordo com informações da coluna de Bela Megale, do Globo, Freire Gomes afirmou ter se oposto a quaisquer medidas golpistas propostas por Bolsonaro.
O general liderou o Exército de março a dezembro de 2022 e esteve envolvido nos embates entre o Exército e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O depoimento de Freire Gomes também revelou que Bolsonaro mostrou duas minutas de um possível golpe a membros das Forças Armadas.
