ECONOMIA

Mercado reduz para 3,76% previsão de inflação em 2024

Projeção de expansão da economia subiu para 1,77%

Imagem do autor
Cadastrado por

Marcelo Aprígio

Publicado em 05/03/2024 às 11:39
Notícia
X

Segundo o Boletim Focus divulgado nesta terça-feira (15) pelo Banco Central (BC), a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, foi revisada para baixo, passando de 3,8% para 3,76% este ano. Esta estimativa também está sujeita a recurso.

Para o ano de 2025, a projeção da inflação permaneceu em 3,51%, enquanto para os anos de 2026 e 2027, as previsões se mantiveram em 3,5%.

A estimativa para 2024 está dentro da faixa da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central.

Esta meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% para o presente ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior é 4,5%.

Para 2025 e 2026, as metas de inflação também estão fixadas em 3%, com a mesma margem de tolerância.

Em janeiro, a inflação do país foi de 0,42%, pressionada principalmente pelo aumento dos preços dos alimentos, ficando abaixo do índice de dezembro, que foi de 0,56%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula uma variação de 4,51%.

JUROS

Para atingir a meta de inflação, o Banco Central utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros, conhecida como Selic, atualmente fixada em 11,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Devido ao comportamento dos preços, o BC já reduziu a Selic por cinco vezes consecutivas, em um ciclo que deve continuar com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. A próxima reunião do Copom está marcada para 19 e 20 de março.

O Copom indicou que este é o ritmo adequado para manter a política monetária contracionista necessária para combater a inflação. O órgão informou que a interrupção dos cortes dependerá do cenário econômico de longo prazo.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom aumentou a Selic por 12 vezes consecutivas, em resposta à alta dos preços dos alimentos, energia e combustíveis.

Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, o nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986.

Devido à contração econômica causada pela pandemia de covid-19, o Banco Central reduziu a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa permaneceu no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

SELIC

Para o mercado financeiro, a previsão é que a Selic encerre 2024 em 9% ao ano. Para o final de 2025, a estimativa é que a taxa básica caia para 8,5% ao ano e permaneça nesse patamar em 2026 e 2027.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que influencia os preços, pois os juros mais altos tornam o crédito mais caro e estimulam a poupança.

Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na definição das taxas de juros para os consumidores, como o risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Portanto, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, estimulando a produção e o consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e impulsionando a atividade econômica.

Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB), a previsão das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira em 2022 aumentou de 1,75% para 1,77%.

Para 2025, a expectativa é de um crescimento de 2%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro projeta uma expansão do PIB de 2% para ambos os anos.

No que diz respeito ao dólar, a previsão é de que a cotação da moeda americana seja de R$ 4,93 no final deste ano. Para o final de 2025, a expectativa é de que o dólar alcance R$ 5.

Tags

Autor