Julgamento do bolsonarista que matou petista em festa de aniversário começa nesta quinta-feira
Defesa de Jorge Guaranho nega motivação política. Ele é réu por matar o petista Marcelo Arruda na festa de aniversário de 50 anos dele.
O Tribunal do Júri de Foz do Iguaçu, no Paraná, começa a julgar nesta quinta-feira (4) o ex-policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, preso desde 2022 por matar o guarda municipal e militante petista Marcelo Arruda durante a festa de aniversário de 50 anos dele, que tinha decoração temática do PT e de Lula.
De acordo com a Folha de São Paulo, o julgamento de Jorge Guaranho terá início às 8h30, quando devem ser ouvidas testemunhas de acusação e defesa.
O júri será composto por sete pessoas e o julgamento poderá durar até três dias. Guaranho está preso no Complexo Médico-Penal de Pinhais, em Curitiba.
Defesa nega motivação política
Os advogados de defesa Jorge Guaranho querem afastar a tese de que houve motivação política no crime. Eles vão buscar a "absolvição plena" do acusado afirmando que ele "foi vítima da situação ocasionada pelo descontrole da vítima que o agrediu violentamente após troca de ofensas verbais".
"Conforme os vídeos e testemunhas do processo, o réu não invadiu a festa atirando, agindo em defesa própria ante a iminência de agressão pela vítima que empunhava arma e não atendeu aos pleitos de baixar sua pistola", disse o advogado Samir Mattar Assad, que defende o réu.
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Já o escritório Godoy Advocacia, que representa a família de Arruda na acusação, espera "uma sentença de caráter sancionador e também pedagógico, porque a sociedade brasileira não pode admitir que a intolerância e o ódio persistam instigando a conflagração social".
Relembre o caso
Marcelo Arruda era tesoureiro do diretório municipal do PT em Foz do Iguaçu e foi morto após uma discussão ocorrida com Guaranho na área externa da sua festa de aniversário. O ex-policial onvadiu o evento e atirou contra o petista, que acabou morrendo.
Na ação, o petista reagiu e também efetuou disparos contra seu agressor, que ficou ferido e foi internado. Dias depois, teve prisão preventiva decretada.
A promotoria avaliou que houve assassinato por motivo fútil e também resultou em "perigo comum", já que havia outras pessoas na festa que poderiam ter sido atingidas pelos disparos.