ACIDENTE FATAL

Polícia pede prisão preventiva do motorista de Porsche após acidente fatal em São Paulo

Entenda os argumentos que reforçam o novo pedido de prisão preventiva

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Myllena Wu

Publicado em 07/04/2024 às 10:06
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A Polícia Civil de São Paulo voltou a pedir a prisão preventiva para o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos.

Ele é o condutor do Porsche envolvido em um trágico sinistro que resultou na morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos.

O acidente ocorreu no último domingo, na zona leste da capital paulista, na Avenida Salim Farah Maluf, em Tatuapé.

Pedido de prisão preventiva

Fernando Sastre estava em liberdade desde que o pedido anterior de prisão temporária foi negado pela Justiça paulista.

"Embora o Ministério Público tenha se manifestado positivamente, a Justiça não acatou o pedido, e nós temos que respeitar essa decisão", disse o delegado assistente da 5ª Seccional (Leste), Carlos Henrique Ruiz.

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Agora, ele afirma que a investigação avançou ao longo da última semana, com testemunhas importantes. A equipe do 30º Distrito Policial, que conduz o caso, tem novos elementos para solicitar a prisão.

“A Polícia Civil entende que o autor deve permanecer preso durante as investigações”, disse Ruiz, em entrevista coletiva realizada neste sábado, 6. Segundo ele, o Ministério Público voltou a aprovar o pedido de prisão de Fernando, sob novas justificativas.

Porsche bate em Sandero em São Paulo; veja o momento:

Quais são os novos argumentos usados pela Polícia Civil?

  • Risco de Fuga e manipulação de provas: O delegado responsável pelo caso, sustenta que a liberdade de Fernando poderia resultar em fuga ou manipulação de provas.
    • Acredita-se que ele possa ameaçar ou subornar testemunhas para depoimentos favoráveis e até mesmo forjar evidências em seu benefício, dado, nas palavras do delegado, o “poder aquisitivo elevado” do dono do Porsche.
  • Gravidade do crime: O empresário fugiu do local do acidente, deixando Ornaldo gravemente ferido. Testemunhas relatam que ele estava visivelmente embriagado.
  • Histórico de desrespeito às normas de trânsito: Além disso, Fernando já teve a carteira suspensa, recentemente, pelo mesmo motivo (excesso de velocidade).

O inquérito deve durar no mínimo 30 dias, mas apesar dos avanços, há ainda testemunhas centrais para serem envolvidas.

Uma delas é namorada de Fernando, que estava com ele em uma festa momentos antes do acidente e deve prestar depoimento nesta semana.

“Agora nós vamos aguardar para que o juiz do Tribunal do Júri decida a respeito desse pedido”, disse Ruiz.

“A competência já foi deslocada ao Tribunal do Júri em virtude do indiciamento dele ter sido feito por homicídio doloso com dolo eventual. Ou seja, (Fernando) assumiu o risco.”

Outras vítimas do acidente

Além da morte de Ornaldo, um amigo de Fernando, que também estava no carro no momento da colisão, precisou ser internado.

Segundo informações do Estadão, ele passou por um procedimento cirúrgico para a retirada do baço.

O que disse a defesa do motorista do Porsche?

 

Divulgação/Policia Civil

Imagem: Porsche destruída após colisão com um Sandero em acidente fatal - Divulgação/Policia Civil

A defesa de Fernando Sastre de Andrade Filho afirmou não ter tido acesso ao novo pedido de prisão preventiva e, portanto, preferiu não se manifestar sobre o assunto.

Anteriormente, em uma nota assinada pelos advogados Carine Acardo Garcia e Merhy Daychoum, a defesa considerou o ocorrido uma fatalidade e afirmou que é prematuro julgar o que provocou a colisão.

Vale ressaltar que, na ocasião, a defesa do empresário negou que ele tenha fugido do local do acidente, mas alegou que ele apenas se “resguardou de linchamento”.

Os laudos periciais ainda não foram concluídos pela polícia.

Com informações de Estadão

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