Tarifa zero aumenta número de passageiros, mostra estudo

Um estudo realizado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) identificou um aumento significativo no número de passageiros em localidades onde foi implementada a tarifa zero no transporte coletivo público.

Esta medida, conhecida como tarifa zero universal, está presente em 106 municípios do país, que juntos somam mais de 5 milhões de habitantes.

Comparação Antes e Depois da Implementação

O levantamento analisou a quantidade de passageiros antes e depois da adoção do passe livre em 12 cidades. Em todas elas, foi observada uma elevação considerável na demanda por viagens de ônibus, com aumentos variando de 33% a 371%.

Entre os casos destacados, está o de Caucaia (CE), que implementou a tarifa zero em 2021 e viu um aumento de 371% no número de passageiros dois anos depois, passando de 510 mil mensais para 2,4 milhões mensais.

Já em Luziânia (GO), houve um crescimento de 202% em apenas dois meses, com o número de passageiros diários saltando de 4,3 mil em outubro de 2023, quando o passe livre foi adotado, para 13 mil em dezembro do mesmo ano.

Resultados em Outras Localidades

Além desses exemplos, o estudo também apontou aumentos expressivos em outras cidades. Maricá (RJ) registrou um aumento de 144% após três anos da implementação da tarifa zero, enquanto Ibirité (MG) teve um crescimento de 106% em apenas três meses.

São Caetano do Sul (SP) viu uma elevação de 218% após quatro meses, e Paranaguá (PR) teve um aumento de 146% após um ano.

Outras cidades como Balneário Camboriú (SC), Itapeva (SP), Cianorte (PR), Lins (SP), Mariana (MG) e Santa Isabel (SP) também experimentaram aumentos significativos na demanda por transporte público após a implementação da tarifa zero, demonstrando o impacto positivo dessa medida na mobilidade urbana.

“O aumento da demanda indica o potencial de uso do transporte público pela população. A tarifa zero promove uma maior mobilidade e acessibilidade, facilitando deslocamentos para as atividades essenciais no ambiente urbano, em diferentes horários do dia, não só em horário de pico”, considera o diretor executivo da NTU, Francisco Christovam.

“Esse aumento da demanda precisa ser considerado pela prefeitura que planeja adotar a tarifa zero. Não basta ter recursos para cobrir o custo atual, é preciso avaliar a necessidade de aumento da frota e definir fontes permanentes de recursos, para que a tarifa zero tenha sustentação”, completou Christovam.

Fonte: Agência Brasil