Praça dos Três Poderes passará por revitalização e restauração de monumentos
Projetada por Oscar Niemeyer, praça é declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco
O ministério da Cultura anunciou na última segunda-feira (22) que a Praça dos Três Poderes, no coração de Brasília, vai passar por uma restauração. O edital de licitação para contratação do projeto foi lançado ontem por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, a praça abriga os edifícios-sedes dos Três Poderes da República: o Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo; o Supremo Tribunal Federal (STF), sede da Judiciário; e o Congresso Nacional, sede do Legislativo.
O projeto de restauração deverá incluir:
- recuperação de estruturas comprometida;
- novo piso de pedras portuguesas;
- restauro das obras de arte desgastadas;
- recuperação do Museu da Cidade;
- reforma do Espaço Lúcio Costa;
- iluminação da praça e dos monumentos;
- acessibilidade para pessoas com deficiência e baixa mobilidade;
- drenagem para evitar poças d’água e infiltrações;
- instalação de câmeras de segurança;
- e substituição de placas de sinalização.
Na primeira fase, o projeto deve custar R$ 993 mil, financiado com recursos públicos do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Seleções. Outro valor para a realização da obra ainda será estipulado, a depender do projeto vencedor.
Obras restauradas
Monumentos e obras de arte da Praça dos Três Poderes também serão restaurados. São eles:
- a obra Dois Candangos;
- a estátua A Justiça;
- o Pombal;
- o Museu da Cidade;
- o Espaço Lúcio Costa;
- o Marco Brasília;
- a escultura Cabeça do Presidente JK
- estátuas em bronze do construtor de Brasília, o engenheiro Israel Pinheiro;
- e do líder da Inconfidência Mineira Tiradentes.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou a importância do espaço que integra a estrutura central de Brasília, declarada Patrimônio Cultural da Humanidade em 1987, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
"Essa praça é um tesouro, é a mais importante do país e precisa [da restauração], porque ela tem várias coisas a serem reformadas, como a questão do piso, algumas áreas não alinhadas, a iluminação e outras necessidades de reformas. E a degradação, depois do 8 de janeiro [2023]”, lembrou Margareth Menezes, em referência ao ataque e invasão das sedes.
8 de janeiro
Nos atos de 8 de janeiro de 2023, vândalos arrancaram pedras portuguesas do piso e as arremessaram contra os monumentos, placas do local e vidraças dos prédios públicos.
O presidente do Iphan, Leandro Grass, citou a retirada das grades que cercavam a praça, ocorrida em fevereiro deste ano. O gesto foi tido como uma reaproximação e volta à normalidade democrática.
"As grades também sinalizavam um pouco esse afastamento e trouxeram a necessidade de a gente fazer o movimento contrário. Com essa retirada, a gente quer o povo aqui. Então, restaurar a praça é também restaurar a autoestima do povo de Brasília, de todos os brasileiros e restauro do sentido daquele lugar, que tem que ser da ocupação cultural e da ocupação social”, ressalta Grass.