VERBA PÚBLICA

Senador gasta com combustível suficiente para rodear a terra 5 vezes

O volume também seria suficiente para cruzar o Brasil, do Oiapoque ao Chuí, 45 vezes. Em abril, o STF arquivou investigação sobre gastos

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Marcelo Aprígio

Publicado em 19/05/2024 às 7:43 | Atualizado em 20/05/2024 às 8:43
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Nos últimos 12 meses, o senador Alexandre Giordano (MDB-SP) gastou R$ 145,4 mil da cota parlamentar do Senado para abastecer quase 25 mil litros de combustível em postos de gasolina de São Paulo.

Esse volume é suficiente para dar cinco voltas na Terra ou cruzar o Brasil, do Oiapoque ao Chuí, 45 vezes.

O levantamento foi realizado a partir da prestação de contas do parlamentar no Portal da Transparência do Senado, utilizou o preço médio do litro da gasolina de R$ 5,87, conforme registrado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) na segunda semana de maio, e um consumo médio de 10 km por litro.

As contas mostram que os valores foram gastos em 21 postos de gasolina diferentes. A maior parte, R$ 69 mil, foi gasta no Auto Posto Mirante, na zona norte de São Paulo, base eleitoral de Giordano.

Jefferson Rudy/Agência Senado

Senado Giordano (MDB-SP) - Jefferson Rudy/Agência Senado

Outros R$ 66 mil foram pagos ao Auto Posto Irmãos Miguel, na cidade de Morungaba, a cerca de 480 quilômetros da capital. As informações são do portal Metrópoles.

INVESTIGAÇÃO ARQUIVADA NO STF

Os gastos de Giordano com combustível, pagos pelo Senado, motivaram uma representação ao Ministério Público de São Paulo (MPSP), que remeteu a apuração à Procuradoria-Geral da República (PGR) devido ao foro privilegiado do senador no Supremo Tribunal Federal (STF).

A representação destacou notas fiscais emitidas pelo Auto Posto Mirante nos valores de R$ 3.940,78 em 19 de dezembro de 2022 e R$ 1.691,22 em 2 de janeiro de 2023.

Esses gastos correspondem a 507,61 litros de gasolina e 188,67 litros de diesel, respectivamente, o suficiente para encher o tanque de 12 carros.

No início deste ano, a PGR solicitou explicações a Giordano. Em ofício ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, o senador argumentou que os pagamentos não se tratavam de um único abastecimento, mas de gastos com combustível para “veículos relacionados ao mandato” e durante a “atividade parlamentar” no estado “ao longo de 15 dias”.

A PGR considerou que os gastos estavam dentro dos limites mensais de despesa com combustíveis dos gabinetes dos senadores, que é de R$ 15 mil mensais, e recomendou o arquivamento do caso em 18 de março.

Em abril deste ano, a ministra Carmen Lúcia, do STF, determinou o arquivamento do processo contra o senador.

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