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TJPE suspende leilão do Edifício Holiday nesta terça-feira (21)

Desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) suspende a venda que teria início nesta quarta-feira (22)

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Thales Alencar

Publicado em 21/05/2024 às 15:54 | Atualizado em 21/05/2024 às 16:14
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O desembargador do TJPE, Antenor Cardoso, em decisão monocrática, suspende o leilão do Edifício Holiday, nesta terça-feira (21). A venda, autorizada em novembro de 2023, tinha até o dia 8 de maio para ser contestada. Na véspera do processo, o TJPE anunciou o cancelamento do processo que aconteceria nos dias 22 e 23 de maio.

De acordo com informações do TJPE, a decisão do desembargador Antenor Cardoso foi pautada na Lei Municipal nº 17.511/2008 (Plano Diretor da Cidade do Recife), que classifica o edifício Holiday como “Imóveis Especiais (IE)” na subdivisão “Imóvel Especial de Interesse Social" (IEIS). Essa classificação confere ao prédio a necessidade de atender a interesses coletivos de habitação.

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Após perícia técnica no final de abril, o terreno do Edifício havia sido avaliado em cerca de 35 milhões de reais. O processo previa conceder indenização aos proprietários dos 476 apartamentos, desocupados em março de 2019.

Quando anunciado o leilão, a ex-moradora e dona de casa Girleide Ferreira, em entrevista ao portal G1, afirmou ser contra a negociação. "Essa avaliação não foi concordada conosco. O outro juiz tinha prometido que faria uma audiência com todos os moradores, com os proprietários, isso não foi feito. Ele arbitrariamente definiu que seria feito esse leilão", disse Girleide, cuja família é dona de seis apartamentos no edifício.

O imóvel, localizado no bairro de Boa Viagem, foi construído em 1956, com uma ousada arquitetura modernista, uma estrutura imponente e a inovadora proposta de apartamentos pequenos, hoje conhecidos como studios ou flats.

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Próximo da Orla de Boa Viagem, um dos cartões postais da cidade e uma das áreas mais ricas do Nordeste, a ideia inicial era que o prédio fosse ocupado por veranistas e majoritariamente por pessoas de classe média alta.

Com o passar dos anos, os 476 apartamentos, espalhados por 17 andares passaram a ser ocupados por uma população de baixa renda. Ao todo, cerca de 3.000 pessoas moravam no local na época da desocupação, em 2019.

Mais de cinco anos se passaram e os proprietários ainda não receberam qualquer tipo de indenização e seguem no aguardo de qual será o destino definido pela justiça para seu antigo lar.

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