Cultura

Trajetória do xilógrafo pernambucano J. Borges está em exposição no Museu do Pontal

Ao todo, serão exibidas 200 obras, um mini documentário sobre a vida e obra do artista, uma linha do tempo, e um conjunto de 50 matrizes

Publicado em 29/06/2024 às 9:44
Notícia

A retrospectiva da obra do renomado xilogravurista brasileiro pernambucano J. Borges está em exibição na mostra "O Sol do Sertão," disponível ao público no Museu do Pontal, no Rio de Janeiro, até 25 de março de 2025. A inauguração acontece neste sábado (29/06), às 14h30, e a entrada é gratuita.

De acordo com o curador e diretor-executivo da exposição, Lucas Van de Beuque, o museu realizou uma extensa pesquisa nos acervos e coleções do artista, agora com 88 anos, espalhadas pelo Brasil.

"Estamos apresentando ao público toda a trajetória de J. Borges, desde seus primeiros estudos de cordel até suas obras mais recentes, como 'A Sagrada Família,' dada ao Papa Francisco pelo presidente Lula no ano passado, representando a arte popular do Brasil, e 'O coração na mão,' um grande sucesso recente," disse Van de Beuque em entrevista à Agência Brasil.

Para a pesquisa, os curadores visitaram a casa e o ateliê de J. Borges em Bezerros (PE), onde o artista nasceu em 20 de dezembro de 1935 e ainda reside. Eles também consultaram livros e biografias sobre o artista.

J.Borges um dos maiores artistas do Brasil

Van de Beuque destacou que J. Borges é um dos maiores artistas vivos do Brasil, com obras exibidas em museus como o Louvre, em Paris, além de instituições nos Estados Unidos, França, Alemanha, Suíça, Itália, Venezuela e Cuba.

Suas xilogravuras são admiradas por personalidades como o escritor Ariano Suassuna e renderam-lhe prêmios como a comenda da Ordem do Mérito Cultural, o prêmio da UNESCO na categoria Ação Educativa/Cultural e o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.

Borges também ilustrou capas de livros de autores como Eduardo Galeano e José Saramago, inspirou documentários e o desfile da escola de samba Acadêmicos da Rocinha em 2018.

Van de Beuque afirma que J. Borges é uma pessoa sintonizada com seu tempo, atenta aos acontecimentos mundiais e aos interesses das pessoas, mas profundamente ligado às suas raízes nordestinas e ao cordel. "Ele tem um compromisso com o Nordeste e com os valores de um jeito de viver que são muito relevantes para ele."

Esta é a primeira exposição a abordar toda a trajetória de J. Borges, abrangendo acervos públicos e privados.

O curador destaca a primeira xilogravura do artista, criada em 1964 para a capa do segundo cordel que escreveu.

"Ali nasce o nome J. Borges, pois seu nome completo (José Francisco Borges) não cabia na xilogravura. Esse marco também está presente na exposição."

Exposição

A exposição ocupará grande parte da galeria principal do Museu do Pontal, além das duas galerias do mezanino, o saguão e um painel de 24 metros quadrados.

Serão exibidas 200 obras, um mini documentário sobre a vida e obra do artista, uma linha do tempo, e um conjunto de 50 matrizes que ilustram o processo de criação das xilogravuras.

A inauguração da mostra acontecerá durante o Festival Junino do museu, que será realizado neste sábado (29) e no domingo (30).

Durante o evento, o público terá a oportunidade de adquirir obras do xilogravurista a preços acessíveis em uma lojinha montada especialmente para a festa, semelhante à tradicional de Bezerros.

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