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Ex-diretora da Americanas, Anna Saicali desembarca em São Paulo e tem passaporte retido

Executiva retornou ao Brasil depois de passar 15 dias em Lisboa. Ela teve a prisão revogada pela Justiça, mas está proibida de deixar o país.

Publicado em 01/07/2024 às 11:23
Notícia

A ex-diretora do grupo Americanas, Anna Christina Ramos Saicali, retornou ao Brasil nesta segunda-feira (1º). Ela desembarcou no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por volta das 6h40.

Anna Christina é considerada uma das principais envolvidas no esquema de fraudes fiscais nos balanços da empresa. Ela viajou para Portugal há 15 dias e estava baseada em Lisboa.

A executiva decidiu retornar ao Brasil após ter a prisão revogada por decisão da Justiça Federal.

Após o desembarque, Anna Christina se dirigiu à Delegacia Especial da Polícia Federal, que fica dentro do aeroporto. Ela deixou o local por volta das 7h50 usando uma saída lateral, e não falou com a imprensa, segundo contou o g1.

Assim que pisou em solo brasileiro, ela teve que entregar o passaporte à polícia, seguindo decisão judicial que a proíbe de deixar o país.

A ex-diretora chegou a ser incluída na Difusão Vermelha da Interpol e foi alvo de uma operação da Polícia Federal contra as fraudes contábeis nas Lojas Americanas. Segundo as investigações, as fraudes chegaram a R$ 25 bilhões.

De acordo com o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, Anna “tomou parte das fraudes ajudando a criar documentos para apresentar à auditoria, de forma a dar suporte ao saldo fictício” da Americanas.

A Justiça Federal, contudo, substituiu a prisão preventiva dela por outras medidas judiciais, como volta ao Brasil e entrega do passaporte. A Vara Federal vai comunicar a Interpol para que o nome dela deixe a lista de procurados da instituição, a chamada Difusão Vermelha.

Fraude nas Americanas

Na última quinta-feira, a Justiça expediu mandados de prisão contra Anna Christina e o ex-CEO das Americanas, Miguel Gutierrez, que foi preso na sexta-feira, em Madri, na Espanha, onde vive, mas foi solto um dia depois.

No domingo (30), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, chegou a se reunir com autoridades de Portugal na tentativa de prender Anna Saicali. Contudo, ela decidiu se entregar à Justiça e foi conduzida pela Interpol até o Aeroporto de Lisboa.

De acordo com a PF, a fraude nas Americanas maquiava os resultados financeiros do conglomerado a fim de demonstrar um falso aumento de caixa e consequentemente valorizar artificialmente as ações do grupo na bolsa.

Com esses números manipulados, segundo a PF, os executivos recebiam bônus milionários por desempenho e obtiam lucros ao vender as ações infladas no mercado financeiro.

Os crimes identificados foram de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada (ou insider trading), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, os alvos poderão pegar até 26 anos de prisão.

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