Morre aos 87 anos o jornalista Sérgio Cabral, pai do ex-governador do Rio

Morreu neste domingo (14) o escritor e jornalista Sérgio Cabral, aos 87 anos, pai do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho.

Ele estava internado em um hospital do Rio devido à saúde fragilizada. A causa da morte não foi informada.

"Ele resistiu por 3 meses. Peço que orem por ele, pela alma dele. Por tudo o que ele fez no Rio de Janeiro e no Brasil. Pela música e pelo futebol, pela família linda que ele construiu", declarou Sérgio Cabral Filho, em um vídeo nas redes sociais.

Ainda não há informações sobre velório e enterro.

Quem foi Sérgio Cabral?

O escritor e jornalista nasceu no bairro de Cascadura, na zona norte do Rio, e era apaixonado pelo Vasco e pela música popular brasileira. Essas duas paixões viraram temas de pesquisas e livros.

Cabral foi responsável pelas biografias de Tom Jobim, Pixinguinha, Nara Leão e Eliseth Cardoso. Em 1998, fez o Livro Oficial do Centenário do Club de Regatas Vasco da Gama.

A carreira de jornalista de Sério Cabral começou no Diário da Noite, aos 20 anos. No veículo de comunicação, atuou como repórter, redator, cronista, editor e comentarista de esportes e de música.

Também integrou outros veículos impressos e emissoras de televisão, e chegou a ser preso por participar da equipe de O Pasquim, jornal alinhado à resistência à ditadura militar.

Na política, exerceu três mandatos como vereador do Rio, entre 1983 e 1993. Na década de 1980, foi ainda Secretário Municipal de Esportes e Lazer. Cabral também atuou como conselheiro do Tribunal de Contas do Município entre 1993 e 2007, quando se aposentou.

Sérgio Cabral possui ainda trabalhos como compositor. Entre as letras que fizeram mais sucesso está Os Meninos da Mangueira, parceria com Rildo Hora.

Lula emite nota de pesar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva emitiu uma nota de pesar pela perda de Sérgio Cabral. Confira:

"Jornalista, escritor, compositor e pesquisador da música brasileira, Sergio Cabral escreveu uma página importante da cultura do país.

De suas mãos saíram biografias de ícones da nossa música, como Pixinguinha, Nara Leão, Eliseth Cardoso, Ary Barroso e Ataulfo Alves e grandes musicais no teatro que exaltavam a música popular e o samba, patrimônio cultural brasileiro. Sua irreverência chegou ao combate à ditadura, como um dos criadores do Pasquim.

Grande companheiro de tantas lutas, Cabral era vascaíno, carioca de Cascadura, e deixa um legado marcante para as gerações brasileiras. Meus sentimentos à sua família, os inúmeros amigos e admiradores."

Fonte: Agência Brasil