Golpe de pagamento: o que fazer se receber ligação do banco para confirmação de compra?

Essas chamadas, que alegam ser de um banco, informam sobre uma compra de alto valor e solicitam a confirmação do pagamento. Entenda

Publicado em 30/07/2024 às 10:05

As ligações para confirmar transações financeiras têm se tornado uma prática comum, mas atenção: muitos desses contatos são armadilhas criadas por golpistas.

Essas chamadas, que alegam ser de um banco, informam sobre uma compra de alto valor e solicitam a confirmação do pagamento.

No entanto, especialistas alertam que esses golpes visam roubar informações e dinheiro dos brasileiros.

Ao atender a essas ligações e seguir as instruções dos golpistas, a vítima pode acabar realizando uma transação bancária que resulta em perda financeira.

Os golpistas também se aproveitam de outros canais de comunicação, como SMS, e-mail e WhatsApp, para aplicar o golpe, frequentemente solicitando confirmações de pagamento.

Os valores envolvidos são frequentemente altos, surpreendendo até mesmo clientes atentos. Arthur Igreja, especialista em tecnologia, destaca que essas fraudes estão cada vez mais sofisticadas.

“Os golpistas usam várias técnicas para parecerem legítimos, como adicionar o logo da instituição financeira no perfil do WhatsApp ou incluir o nome do banco no início de mensagens SMS”, explica Igreja.

Além disso, durante as ligações, os golpistas podem manipular a identificação do número, fazendo com que ele pareça vir de uma fonte confiável, como um número de telefone associado ao banco.

Como golpistas têm acesso ao contato das vítimas?

Segundo o especialista em tecnologia, os golpistas frequentemente obtêm os números de telefone das vítimas através de vazamentos de dados ou quando um celular é roubado e o criminoso acessa a lista de contatos. Essa é uma das principais formas de iniciar os golpes.

Arthur Igreja destaca que, além disso, há outro fator importante: muitas vezes, os próprios indivíduos acabam expondo suas informações pessoais.

“As pessoas, inadvertidamente, ajudam os golpistas ao deixar dados sensíveis acessíveis, especialmente nas redes sociais”, explica Igreja.

“Por exemplo, no Facebook, muitos usuários, ao criar suas contas há anos, deixaram seus números de telefone visíveis. Assim, há pessoas que têm informações como nome, endereço e telefone celular publicamente disponíveis, muitas vezes sem se dar conta disso.”

Como se proteger dos golpes?

Para se proteger contra golpes financeiros, o principal conselho dos especialistas é manter sempre uma postura cautelosa em relação a essas interações suspeitas.

Arthur Igreja recomenda que, ao receber uma ligação ou mensagem solicitando confirmação de transações, o melhor é desligar e entrar em contato diretamente com o banco através dos canais oficiais.

Igreja ressalta que os golpistas muitas vezes criam situações para que as vítimas se engajem passivamente, como clicando em links ou atendendo a chamadas fraudulentas.

Para evitar cair nesses esquemas, ele sugere que os cidadãos invertam a situação e procurem o banco imediatamente para verificar a autenticidade da solicitação.

O que fazer depois de cair no golpe?

Se você perceber que foi vítima de um golpe após realizar uma transação bancária, ainda há chances de recuperar o dinheiro perdido. No entanto, é crucial agir rapidamente para aumentar as chances de sucesso.

Maria Inês Dolci, advogada especializada em direito do consumidor, aconselha que a primeira ação deve ser notificar imediatamente o banco sobre a fraude. "Assim que perceber que houve um desvio de dinheiro, informe ao banco que a transação foi feita sem sua autorização e que foi resultado de um golpe", orienta Dolci.

Para pagamentos realizados via Pix, há um recurso adicional: o Mecanismo Especial de Devolução (MED), administrado pelo Banco Central. A vítima deve registrar o pedido de devolução com a instituição financeira em até 80 dias após a transação. A instituição então avaliará se o caso se enquadra no MED e poderá bloquear os fundos da conta receptora.

O processo de avaliação é concluído em até sete dias. Se o pedido for aceito, o dinheiro será devolvido integralmente ou parcialmente dentro de até 96 horas. Se não houver evidências de fraude, o valor será liberado ao destinatário.

Se for difícil entrar em contato diretamente com o banco, Dolci recomenda registrar um boletim de ocorrência. "Os golpistas frequentemente realizam suas ações fora do horário comercial dos bancos, então se não conseguir contato imediato, formalize a denúncia", diz ela.

Para fortalecer sua denúncia, é essencial guardar provas do golpe. Se a fraude foi realizada por SMS, e-mail ou WhatsApp, faça capturas de tela das mensagens recebidas. Se o golpe ocorreu por telefone, registre o número que ligou. Além disso, mantenha o extrato bancário que mostra a transação indevida como evidência.

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