SUS vai oferecer dois novos medicamentos gratuitos; saiba quais e para que são

A oferta de novos medicamentos pode garantir melhor qualidade de vida para a população. Os remédios devem estar disponíveis em até 180 dias

Publicado em 30/07/2024 às 8:51

O Ministério da Saúde anunciou a inclusão de dois novos medicamentos para o tratamento da doença falciforme no Sistema Único de Saúde (SUS).

A alfaepoetina e a hidroxiureia estarão disponíveis para pacientes com a condição hereditária, que afeta principalmente pessoas negras, especialmente mulheres.

A alfaepoetina será destinada a pacientes com declínio da função renal e anemia agravada, enquanto a hidroxiureia será disponibilizada em duas dosagens: 100 mg para pacientes a partir de 9 meses de idade e 500 mg para aqueles com 9 a 24 meses que não apresentam sintomas ou complicações.

A expectativa é que os medicamentos estejam disponíveis em até 180 dias após a incorporação ao SUS.

Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics), destacou a importância da medida.

“É um grande marco para a questão da anemia falciforme, uma doença em que cerca de 80% dos diagnósticos estão relacionados à população negra, sendo 52% desses em mulheres. Este anúncio ocorre na semana em que celebramos o Dia Internacional das Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas”, afirmou.

A doença falciforme é a enfermidade genética mais prevalente no Brasil e no mundo, com alta concentração de diagnósticos e óbitos em pessoas pardas e negras. Entre 2014 e 2020, foram registrados 3,75 casos da doença a cada 10 mil nascidos vivos no país.

Marco Pereira, diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos, destacou que a inclusão da alfaepoetina e da hidroxiureia amplia o acesso ao tratamento e reforça a atenção às crianças afetadas pela doença.

 

Anemia falciforme

A doença falciforme se manifesta geralmente no primeiro ano de vida e pode afetar vários órgãos e sistemas do corpo.

Os sintomas incluem crises de dor, anemia, infecções e complicações graves como acidente vascular encefálico e síndrome torácica aguda.

O principal método de diagnóstico é o teste do pezinho, oferecido pelo SUS durante a triagem neonatal.

O diagnóstico tardio pode ser feito através do exame de sangue chamado eletroforese de hemoglobina, disponível para toda a população, incluindo gestantes e parceiros durante o pré-natal. A doação de sangue também é uma opção de rastreio.

Desde 2005, a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias (PNAIPDF) estabeleceu cerca de 150 serviços de atenção especializada pelo SUS, oferecendo tratamentos, medicamentos e exames, além de consultas.

Os pacientes podem receber acompanhamento contínuo nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e obter medicamentos prescritos de acordo com a Relação Nacional de Medicamentos (Rename).

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