La Niña: entenda os efeitos da nova temporada desse fenômeno
La Niña é um fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, resultando em temperaturas abaixo da média
Uma nova temporada do fenômeno climático La Niña deve se manifestar no segundo semestre deste ano, após um período de El Niño.
Embora a transição entre esses fenômenos seja relativamente suave, isso indicará mudanças significativas no padrão de precipitação no Brasil nos próximos meses.
O que é La Niña?
La Niña é um fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, resultando em temperaturas abaixo da média. Esse fenômeno é o oposto do El Niño, que envolve o aquecimento das águas do Pacífico.
Impactos no Clima do Brasil
O resfriamento das águas do Pacífico influencia a circulação atmosférica, aumentando a umidade do ar em parte da América do Sul. Segundo o meteorologista Guilherme Borges, do Climatempo, os efeitos de La Niña são diversos:
- Norte e Nordeste: A intensificação das chuvas é esperada nessas regiões.
- Centro-Oeste e Sudeste: O impacto pode variar, com anos podendo ser mais ou menos chuvosos, dependendo da evolução do fenômeno.
- Sul: Espera-se uma redução nas chuvas, levando a condições mais secas.
Histórico e Comparações
A última temporada de La Niña ocorreu entre 2020 e meados de 2023, trazendo efeitos marcantes: intensificação da seca no Sul e aumento das chuvas no Norte e Nordeste. Em fevereiro de 2023, o Rio Grande do Sul enfrentou uma estiagem severa, com mais de 200 cidades em situação de emergência.
O fenômeno El Niño, que começou a se desenvolver no meio do ano passado, interrompeu a sequência de resfriamento. Contudo, a chegada de La Niña promete mudanças ainda mais significativas no padrão climático, embora de forma gradual.
Expectativas para a Nova Temporada
O primeiro ano do novo La Niña deverá apresentar efeitos mais brandos, funcionando como um período de adaptação. A previsão é de que a região Sul experimente chuvas abaixo da média, enquanto o Norte e Nordeste terão precipitações mais intensas.
No segundo ano do fenômeno, a seca deve se intensificar especialmente no Sul do Brasil.
Guilherme Borges destaca que, embora os efeitos do La Niña já possam ser notados, a atmosfera leva algum tempo para ajustar-se completamente às mudanças, com impactos mais evidentes esperados para o final do ano.