Empresário conheceu menor, encontrada enterrada em sítio, em app de relacionamento um ano antes de sumiço

A investigação da morte de Giovana continua com a oitiva de novas testemunhas e funcionários do empresário Gleison nos próximos dias

Publicado em 29/08/2024 às 13:12

O empresário Gleison Luís Menegildo admitiu à polícia ter enterrado o corpo da adolescente Giovana Pereira Caetano de Almeida, de 16 anos, em um sítio na cidade de Nova Granada, no interior de São Paulo.

Ele revelou que conheceu Giovana por meio de um aplicativo de relacionamento e que as conversas entre eles começaram um ano antes do desaparecimento da jovem, ocorrido em dezembro de 2023.

Apesar de confessar a ocultação do cadáver, Gleison alega que a morte foi causada por uma overdose de drogas.

Em entrevista à TV TEM, afiliada da TV Globo, o investigador Ericson Salles relatou que Gleison contou ter saído com Giovana algumas vezes logo após conhecê-la, mas que perderam o contato por um período.

No final de 2023, cerca de sete meses após o primeiro encontro, a adolescente teria pedido um emprego ao empresário. "Por isso, ele falou: 'traga seu currículo aqui que nós vamos analisar'. E foi aí que teve um novo encontro com ela, na empresa dele, em São José do Rio Preto," explicou Salles.

Durante essa entrevista de emprego, realizada em 21 de dezembro, Giovana começou a usar drogas, segundo Gleison.

Ele afirmou que a deixou no local enquanto buscava cervejas e, ao retornar, a encontrou aos beijos com um funcionário.

Pouco depois, Giovana passou mal e foi encontrado um recipiente com cocaína em cima da mesa. Gleison e o funcionário tentaram socorrê-la, mas, ao perceberem que ela havia falecido, entraram em desespero.

"O empresário disse que, em um primeiro momento, em um ato de desespero, colocou o corpo na caminhonete e dirigiu até o distrito de Macaúba, em Mirassolândia (SP). Inicialmente, pensou em jogar o corpo em um rio da região, mas acabou indo até Nova Granada, na propriedade rural que arrenda há dois anos. Lá, pediu ao caseiro para cavar uma vala, onde depositou o corpo, e o caseiro o enterrou," detalhou o investigador.

O caso estava sendo investigado desde o desaparecimento de Giovana, e na última terça-feira (27), a Polícia Militar recebeu uma denúncia sobre um corpo enterrado no sítio. No local, os agentes abordaram o caseiro Cleber Danilo Partezani, que confessou ter ajudado Gleison a ocultar o corpo e indicou o local onde a ossada estava enterrada.

Em entrevista à TV TEM, a mãe da adolescente, Patrícia Alessandra Pereira de Almeida, de 39 anos, revelou que já havia tido contato com o empresário anteriormente por questões de trabalho e que, ao descobrir que sua filha estava se comunicando com ele por mensagens, advertiu Giovana.

"Há um tempo, eu peguei no celular dela ela conversando com ele. Eu até chamei atenção. Falei: 'filha, esse cara tem mais de 30 anos, 30 e poucos anos, e você tem 16 anos... Não precisa disso'. A gente era muito amiga, ela me contava absolutamente tudo. Ela falou: 'mamãe, eu saí com ele'. Até a gente discutiu. Ela falou: 'ele ofereceu até para me pagar'. Eu falei: 'você não precisa disso'," contou Patrícia.

Após essa conversa, Patrícia pediu para Giovana se afastar do empresário, e a adolescente não mencionou mais o nome dele.

Gleison e o caseiro foram presos, mas liberados após o pagamento de uma fiança de R$ 22 mil. Além de ocultação de cadáver, eles também enfrentarão acusações de posse ilegal de arma, pois dois revólveres foram apreendidos no sítio.

No primeiro depoimento, Gleison afirmou que ele e o funcionário mantiveram relações sexuais com Giovana antes de sua morte. No entanto, após a repercussão do caso, a defesa negou essa afirmação, alegando que a morte foi causada por uma "overdose," que deverá ser confirmada pelo laudo necroscópico.

A investigação continua com a oitiva de novas testemunhas e funcionários de Gleison nos próximos dias. A polícia também aguarda os resultados dos laudos do Instituto Médico Legal (IML) para esclarecer as causas da morte de Giovana.

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