Mudanças climáticas podem favorecer a volta do horário de verão em 2024
Entre os fatores que impulsionam essa discussão estão a expansão da energia solar, o aumento das tarifas de energia e os efeitos do aquecimento global
Nos últimos cinco anos, o cenário energético e climático do Brasil sofreu mudanças significativas que podem favorecer o retorno do horário de verão, suspenso em 2019.
Entre os fatores que impulsionam essa discussão estão a expansão da energia solar, o aumento das tarifas de energia e os efeitos do aquecimento global.
O horário de verão visa reduzir a demanda de energia no pico entre 18h e 21h, aproveitando a luz solar por mais uma hora. Desde 2019, a capacidade instalada de energia solar no Brasil cresceu dez vezes, passando de 5 GW para 47 GW em 2024.
Com isso, quase 20% da matriz elétrica brasileira é solar, tornando a energia solar uma fonte crucial durante esse período.
Além disso, o país enfrenta a maior seca em 70 anos, reduzindo a capacidade das hidrelétricas, que representam 46% da matriz.
Isso aumenta a dependência de usinas térmicas, que geram energia a partir de combustíveis fósseis, elevando os custos e as emissões de gases de efeito estufa.
Um estudo do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sugere que o retorno do horário de verão poderia economizar pelo menos R$ 356 milhões em combustíveis térmicos nos próximos meses, aliviando as contas de luz dos consumidores.
Luiz Eduardo Barata, ex-diretor do ONS, enfatiza a importância de qualquer redução nas tarifas, especialmente para milhões de brasileiros que enfrentam dificuldades financeiras.
Em um contexto de eventos climáticos extremos, como queimadas e enchentes, o impacto ambiental das usinas térmicas é mais crítico do que há cinco anos, com emissões significativas de CO2.
Esses fatores apontam para uma discussão relevante sobre a viabilidade do horário de verão no Brasil, considerando não apenas os benefícios econômicos, mas também os ambientais.