HC promove Mutirão de Cirurgia Bariátrica que beneficiará 12 pacientes da lista de espera
Cirurgias serão realizadas de 10 a 14 de março por videolaparoscopia, técnica minimamente invasiva que reduz tempo de recuperação e risco de infecções
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O Hospital das Clínicas da UFPE (HC) promove, de 10 a 14 de março, mais uma edição do Mutirão de Cirurgia Bariátrica, beneficiando 12 pacientes com obesidade severa que já são acompanhados pela instituição.
A ação, que se tornou tradição no terceiro mês do ano, marca o Dia Mundial da Obesidade, celebrado em 4 de março, reforçando a importância da prevenção e do tratamento da doença.
O HC é vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e é referência nacional no tratamento da obesidade.
Referência em cirurgia bariátrica
Pioneiro no Brasil ao implementar um programa de Residência Médica em Cirurgia Bariátrica, o HC realiza mutirões para reduzir a fila de espera pelo procedimento, garantindo maior acesso ao tratamento e abrindo novas vagas para pacientes que aguardam na lista.
“A cirurgia é indicada para pacientes com IMC acima de 35 kg/m² com comorbidades (como hipertensão e diabetes) ou IMC acima de 40 kg/m² sem comorbidades. Nesses casos, o procedimento é a forma mais eficaz de controle da obesidade e da perda de peso”, explica o coordenador da Área Assistencial de Cirurgia Geral do HC, Álvaro Ferraz, que também é professor do Centro de Ciências Médicas (CCM) da UFPE.
Técnica minimamente invasiva e recuperação acelerada
O HC realiza cirurgias bariátricas por videolaparoscopia há mais de 20 anos, um método menos invasivo, que reduz complicações e acelera a recuperação. Nesta edição do mutirão, a ação conta com o apoio da Medtronic, que doará os kits cirúrgicos necessários para os procedimentos.
O Programa de Tratamento Cirúrgico da Obesidade do HC segue um protocolo integral e multiprofissional, oferecendo suporte nutricional, psicológico e físico para os pacientes.
Além da cirurgia, os pacientes passam por um acompanhamento com nutricionistas, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e profissionais de educação física.
Obesidade: um problema global em ascensão
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é caracterizada pelo excesso de gordura corporal, aumentando o risco de diversas doenças, como diabetes tipo 2, hipertensão e problemas cardiovasculares.
O Índice de Massa Corporal (IMC) é a métrica utilizada para classificação:
- IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m² Peso ideal
- IMC entre 25 e 29,9 kg/m² Sobrepeso
- IMC acima de 30 kg/m² Obesidade (graus I, II e III)
As projeções são preocupantes: até 2025, 2,3 bilhões de adultos estarão acima do peso, sendo 700 milhões obesos.
No Brasil, a prevalência de obesidade quase dobrou entre 2006 e 2019, atingindo 20,3% da população adulta – número que pode chegar a 29,6% até 2030.
A obesidade infantil também é alarmante.
De acordo com o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde, 14,2% das crianças brasileiras menores de cinco anos têm excesso de peso ou obesidade – mais que o dobro da média global (5,6%).
Entre adolescentes, a taxa sobe para 33%, enquanto a média mundial é de 18,2%.