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Crédito consignado para aposentados: como simular, escolher com segurança e evitar o endividamento

Entenda como fazer simulação para consultar taxas de empréstimo consignado e fazer escolhas seguras sem comprometer a aposentadoria

Publicado em 07/04/2025 às 14:35
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O crédito consignado é um recurso que pode ajudar muitos aposentados em momentos de emergência ou na hora de tirar um projeto do papel, como uma viagem aguardada ou a reforma da casa.

Por ter parcelas descontadas diretamente na folha de pagamento do INSS, o consignado oferece juros mais baixos e prazos de pagamento mais longos, tornando-se mais conveniente do que outros tipos de crédito.

No entanto, para garantir a melhor opção e evitar cobranças abusivas, antes de contratar um empréstimo os beneficiários podem fazer simulações e comparar as condições oferecidas pelas instituições financeiras.

Isso é importante para que o aposentado tenha clareza sobre os valores das parcelas, o prazo para pagamento e o custo total do empréstimo antes de contratar.

Como fazer simulação de empréstimo consignado?

Os aposentados podem fazer simulações de forma simples e rápida por meio de canais de atendimento online, mas antes, como explica o administrador e vice-presidente do Conselho Regional de Administração (CRA-PE), Jefferson Henrique Araújo, é necessário solicitar ao INSS o desbloqueio da conta para o serviço de crédito consignado.

Atualmente, os beneficiários do INSS podem comprometer até 35% do benefício com empréstimo consignado, além de 5% com cartão de crédito e 5% com cartão de benefício.

Com a liberação concluída, basta acessar o Meu INSS para consultar as taxas de juros e condições disponíveis. Veja como:

  • Acesse o site ou o aplicativo Meu INSS.
  • Na tela inicial, utilize a lupa (ícone de busca) e digite: "Taxas de Empréstimo Consignado".
  • Será exibida uma página com a relação de bancos autorizados e as respectivas taxas de juros.
  • Para visualizar mais opções, role até o final da página e clique em "Ver mais".
  • Se quiser procurar uma instituição específica, use o campo "Pesquise por instituição", que fica no topo da lista.

Também é possível fazer simulação de empréstimo acessando os canais dos bancos ou indo diretamente até uma agência.

Divulgação

Vice-presidente do Conselho Regional de Administração (CRA-PE), Jefferson Henrique Araújo, dá dicas para evitar prejuízos - Divulgação

Como escolher a melhor opção de empréstimo e evitar fraudes

De acordo com Jefferson Araújo, a primeira providência ao buscar crédito consignado é conhecer bem a instituição financeira com a qual se pretende contratar.

Hoje em dia, muitos correspondentes bancários oferecem esse serviço, mas é essencial procurar empresas estabelecidas, com endereço físico confiável e reputação consolidada.

O especialista alerta que taxas de juros muito atrativas podem esconder armadilhas. Muitas vezes, instituições embutem cobranças extras, como taxas de IOF ou de abertura de conta, o que pode aumentar significativamente o custo total do empréstimo. Há também casos em que são incluídos seguros, como de vida, sem que o aposentado seja devidamente informado.

“Às vezes embutem-se outras despesas dentro do valor do empréstimo para que muitas vezes o aposentado que não tem um nível de formação muito bom acabe sendo lesado”, reforça.

Esses custos adicionais, segundo Araújo, acabam sendo somados ao valor das parcelas. Como o desconto é feito diretamente no benefício, o segurado só se dá conta do valor real comprometido quando consulta o extrato. Isso pode gerar confusão e até prejuízo, especialmente para quem não tem orientação jurídica adequada.

Por isso, é fundamental verificar todas as cláusulas antes de assinar qualquer contrato e, se possível, contar com o auxílio de alguém de confiança ou de um profissional especializado para avaliar a proposta.

Cuidados para evitar o endividamento

Para o especialista, a melhor forma de evitar o endividamento é o planejamento financeiro. Ele explica que muitos empréstimos são feitos não para realizar investimentos, mas para cobrir dívidas decorrentes da falta de organização, como parcelas de cartão de crédito ou carnês atrasados.

Segundo Araújo, é essencial criar o hábito de poupar, mesmo que com valores pequenos, como 5% da renda mensal.

"Por exemplo, uma pessoa aposentada que receba 1.400 reais, se ela consegue economizar 5% da renda, a gente está falando que consegue economizar aí R$ 70 por mês e em um ano ela vai ter R$ 1.000 reais", exemplifica.

Com esse valor, já seria suficiente trocar um eletrodoméstico ou atender a uma necessidade emergencial, sem recorrer a crédito.

Contudo, ele reconhece que essa não é a realidade da maioria dos brasileiros, especialmente das classes D e E, que muitas vezes vivem com o orçamento apertado entre alimentação e moradia. Ainda assim, reforça que é fundamental desenvolver a educação financeira, aprendendo a controlar os gastos fixos e variáveis.

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