Projeto transforma quintais em polos de agricultura sustentável no Nordeste
Iniciativa em quatro estados leva tecnologias simples a famílias agricultoras e reforça papel feminino na produção e na segurança alimentar

Com pouco espaço, criatividade e apoio técnico, mulheres agricultoras de comunidades rurais do Nordeste estão transformando os próprios quintais em espaços de produção de alimentos.
A prática, que vem se espalhando em regiões de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, ajuda a garantir comida na mesa, gera renda e fortalece a autonomia feminina.
Josinete Maria, conhecida como Nina, recebeu apoio técnico para potencializar sua produção. “Me sinto à vontade, renovo minhas energias, produzo alimentos saudáveis e luto por uma vida melhor", afirma a agricultora da comunidade de Rosário, no Cabo de Santo Agostinho (PE).
Produção aliada ao cuidado com o meio ambiente
Os quintais costumam incluir hortas irrigadas, cisternas, galinheiros e fogões ecológicos, adaptados à realidade do Semiárido. Parte da produção é consumida pelas famílias e o excedente, vendido em feiras e mercados locais.
A agricultora Marta Maria, de Caraíbas Torta (AL), conta que a horta mudou a rotina da comunidade: “Incentivou a produção, melhorou a alimentação e trouxe renda. A gente começou a enxergar outras oportunidades a partir disso”, relata.
Iniciativa chega a mais de 100 famílias
As ações fazem parte do projeto Quintais Produtivos, promovido pela Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2 em parceria com a Fundação Banco do Brasil.
Em pouco mais de um ano, mais de 100 famílias em 26 municípios receberam apoio para estruturar as hortas. A meta é chegar a 335 até o fim de 2025.
Além dos insumos e da montagem dos espaços, o projeto inclui oficinas sobre agroecologia e orientações técnicas.
Em muitos casos, as participantes também passaram a registrar a produção e calcular o valor econômico do que produzem com ajuda de cadernetas agroecológicas.
Em Alagoas, foram implantados cerca de 60 quintais. Na Paraíba, outros 65, com parcerias locais para fornecer mudas e capacitação. Já em Pernambuco e no Rio Grande do Norte, o projeto atua em regiões mais vulneráveis à insegurança alimentar.
Apesar de pontual, a ação mostra como intervenções simples, de baixo custo e focadas na realidade local, podem ter impacto direto na vida de quem vive do campo — especialmente das mulheres, que em muitas comunidades lideram os processos produtivos e organizativos.
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