Irmãs de 16 e 9 anos, que viviam sob violência psicológica e física, são resgatadas na cidade de Caruaru

As duas meninas já sofriam há algum tempo dessas agressões, principalmente quando a mãe delas, que também sofria de violência, saiu de casa

Publicado em 10/06/2025 às 23:50 | Atualizado em 10/06/2025 às 23:54
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Uma adolescente de 16 anos de idade e uma criança de 9 anos foram resgatadas pela Delegacia da Mulher de Caruaru, nesta semana, na Zona Rural de Caruaru.

As duas meninas já sofriam há algum tempo dessas agressões, principalmente quando a mãe delas, que também sofria de violência, deixou a residência onde ela morava com o ex-companheiro. 

O pai mantinha as irmãs em cárcere privado e não permitia que elas saíssem para lugar nenhum. 

Segundo informações da Delegacia da Mulher, a adolescente de 16 anos foi proibida de frequentar a escola.

A Delegacia da Mulher ficou ciente da situação e foi até a comunidade rural onde elas residiam e realizaram o resgate das vítimas. O pai não estava na residência no momento em que a equipe chegou.

A delegada, a doutora Erika Feitosa, ela conversou com a nossa equipe e deu mais detalhes sobre o caso. Vamos acompanhar.

"Recebemos a denúncia anônima que noticiava que tinham duas vítimas, duas meninas, que vivem condições bem precárias com o pai na zona rural daqui de Caruaru, que elas não conseguiam sair de casa, que ele não deixava, e que elas eram agredidas, ameaçadas", contou a delegada, doutora Erika Feitosa.

"As meninas relatam contexto de agressão, até mesmo de importunação sexual, e elas vivem lá realmente em situações desumanas. Inclusive a mais velha, que tinha 16 anos, elas se auto mutilavam em razão dessa situação de violência que ela vivia, que não conseguia sair", complementou.

Ela explica que o pai atuava causando terror psicológico na família, primeiro na ex mulher e depois nas filhas.

"Quando a gente começou a ouvir as irmãs mais velhas, a gente entendeu que ele tinha um alvo, e esse alvo ele causava esse terror psicológico, terror físico, e cada um, conseguindo se sair, ele transferia esse alvo pra outra, né?", afirmou.

"Aí começou com a mãe das meninas, que conseguiu se sair disso, e depois transferiu pra uma irmã, que conseguiu fugir, e depois pra outra irmã, e até que tá reunindo nessas 16 anos, que infelizmente não conseguia sair", completou.

A delegada conta que até o momento não existem informações sobre o paradeiro do pai e as meninas ficarão sob o cuidado de uma irmã mais velha maior de idade.

Ela conta que as meninas não relataram estupro, mas que o pai apresentava comportamentos de importunação e apelidos com conotação sexual.

"Estupro, não, né? Mas ela relata que haviam toques, né? Sem o consentimento dela, e termos pejorativos, sempre de cunho sexual, que ele a tratava, mesmo ela dizendo que não queria, que aquilo não era correto, mas ele continuava com essas investidas sexuais, e podia ser até que evoluísse, né? Para um estupro, né? Mas ainda bem que a gente chegou e conseguiu tirá-los daquele contexto", concluiu.

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