Bovinocultura de corte no Agreste recebe reforço para superar desafios e se expandir de forma sustentável

Projeto do Sebrae e Adepe oferece capacitação e suporte a pequenos produtores em temas como gestão, manejo e produção de alimentos

Publicado em 26/06/2025 às 20:33
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A pecuária de corte se destaca como uma das atividades econômicas mais importantes do Agreste Meridional. No entanto, torná-la sustentável é um desafio constante para os criadores da região.

As condições climáticas adversas, como a escassez de água e de pastagem nos períodos de estiagem, afetam diretamente o fornecimento de alimento ao rebanho e elevam os custos de produção, pressionando especialmente os pequenos produtores.

Para enfrentar essas adversidades e promover práticas sustentáveis, o Sebrae/PE, em parceria com a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), lançou o projeto “Desenvolvendo a bovinocultura de corte no Agreste”. A iniciativa prevê capacitações, aprimoramento na gestão e incentivos à adoção de tecnologias adaptadas ao clima semiárido.

Gado no Agreste

Segundo dados do IBGE e de entidades locais, o rebanho bovino de corte no Agreste Central e Setentrional está entre 600 mil e 800 mil cabeças de gado.

A raça predominante é a Nelore, valorizada por sua adaptação ao clima seco, mas também há o cruzamento com raças europeias, como a Aberdeen Angus, visando à melhora da qualidade da carne.

A criação ocorre majoritariamente em pequenas e médias propriedades, focadas tanto no abate quanto na produção de bezerros para recria e engorda em outras regiões do estado.

O projeto contempla dez criadores dos municípios de Bezerros, Sairé e Gravatá. Iniciado em maio deste ano e com vigência até dezembro de 2026, a iniciativa conta com um aporte superior a R$?400?mil. Seu objetivo principal é fortalecer a cadeia produtiva por meio de três eixos centrais:

  • Estímulo à melhoria genética da bovinocultura;
  • Implantação de recursos forrageiros estratégicos para o período de estiagem;
  • Aperfeiçoamento da gestão das propriedades.

“Diante dos desafios, o projeto oferece oportunidades de melhoria para os produtores por meio da adoção de técnicas mais eficientes de forma a mitigar os impactos da seca. Também incentiva a constituição de cooperativas e associações, levando ao fortalecimento dos produtores e possibilitando maior poder de negociação no mercado e acesso facilitado a insumos e tecnologias”, explica Fabiana Santos, analista do Sebrae/PE.

Além disso, estão previstas capacitações que envolvem o cumprimento das principais exigências legais relacionadas à alimentação animal, redução de custos e orientação sobre manejo adequado para assegurar a segurança alimentar e o bem-estar dos animais.

O projeto também inclui o mapeamento de áreas destinadas à produção de alimento, com análise de solo e recomendações de correção e adubação, complementadas por orientações sobre nutrição e cuidados sanitários dos bovinos.

“O objetivo que todo mundo tem é fazer o ciclo completo, da cria, à recria e à engorda, mas isso depende do período do ano. Hoje, devido à seca, não estamos fazendo a engorda, que está impossibilitada devido ao preço dos insumos”, explica o produtor Antônio Torres, que cria gado de corte.

“Os produtores daqui sentem falta de apoio e estamos com essa oportunidade. Vamos ter apoio para criar do jeito certo e alcançar um resultado de excelência. A vontade é essa, e eu quero trabalhar para isso”, completa a pecuarista Ana Carolina Vieira.

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