Interior protagoniza a 4ª Conferência Estadual de Direitos Humanos em Pernambuco
Evento em Gravatá reúne representantes de todas as regiões e elege 37 delegadas e delegados para a etapa nacional, em Brasília
O interior de Pernambuco foi o centro das atenções nos dias 29 e 30 de outubro, quando Gravatá sediou a 4ª Conferência Estadual de Direitos Humanos – um marco na retomada do diálogo e da construção coletiva de políticas públicas voltadas à dignidade humana.
Após dez anos sem realização, o encontro reuniu representantes de todas as regiões do estado e consolidou o protagonismo do interior nas discussões sobre democracia, inclusão e justiça social.
O tema deste ano – “Pernambuco por um Sistema Nacional de Direitos Humanos: consolidar a democracia, resistir aos retrocessos e avançar na garantia de direitos para todas as pessoas” – guiou os debates e a formulação de propostas que irão orientar as políticas públicas da área.
A conferência foi promovida pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção à Violência (SJDH), em parceria com o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDH-PE).
O clima de acolhimento marcou a abertura, com um café da manhã coletivo e apresentações culturais, entre elas o show da artista Maéve e a performance vibrante do Maracatu Feminino Coração Nazareno, que levou a força das tradições populares ao centro do debate.
Durante os dois dias de atividades, foram realizados grupos temáticos, votações de propostas e moções, além da eleição de 37 delegadas e delegados – sendo 26 da sociedade civil e 11 do poder público – que representarão Pernambuco na 13ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, em dezembro, em Brasília.
Interior no centro das decisões
A secretária de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção à Violência, Joanna Figueirêdo, destacou o simbolismo de o encontro acontecer no interior:
“Realizar a Conferência em Gravatá é reafirmar que os direitos humanos não se constroem apenas nas capitais, mas em cada território, com a força das pessoas e das comunidades que fazem Pernambuco. Sob a liderança da governadora Raquel Lyra, temos reafirmado que a democracia se fortalece com escuta, diálogo e ação.”
A presidente do CEDH-PE, Gláucia Andrade, ressaltou o caráter descentralizado do processo:
“Esta conferência é resultado da mobilização em todas as regiões, das pré-conferências municipais e regionais, e mostra o quanto o interior tem contribuído para o fortalecimento das políticas de direitos humanos.”
Inclusão e acessibilidade em destaque
Entre as falas que marcaram o evento, o depoimento da delegada Marta Batista, moradora de São Lourenço da Mata, destacou a importância da inclusão e da acessibilidade:
“Estamos nessa conferência pra somar, fortalecer cada vez mais o nosso espaço de PCD — pessoa com deficiência — na comunidade e na sociedade. Pela primeira vez estou participando da convenção, e pra mim foi de extrema importância. Em um evento como este, também utilizei o PE Conduz, da Secretaria, para o meu deslocamento até aqui. Foi maravilhoso o atendimento e tudo que estamos vivendo aqui na conferência.”
Diretrizes e compromissos
Ao final dos trabalhos, foram aprovadas diretrizes que irão orientar a política estadual de direitos humanos, com foco no enfrentamento das violações, na ampliação da participação popular, na promoção da justiça social e no fortalecimento institucional.
Mais do que um encontro, a 4ª Conferência Estadual de Direitos Humanos marcou o renascimento da participação popular em Pernambuco, com o interior assumindo papel central na formulação de propostas e na reafirmação de que os direitos humanos se constroem com respeito, empatia e ação transformadora.