ENTENDA O QUE BOLSONARO FEZ EM REUNIÃO COM EMBAIXADORES, EM 2022

Evento foi estopim para processo no TSE que pode tornar Bolsonaro inelegível. Entenda resumo nos próximos stories >>>

A reunião aconteceu em 18 de julho de 2022, no Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente da República, em Brasília. Naquele mês, a campanha eleitoral ainda não havia começado e Bolsonaro ainda era pré-candidato à reeleição.

O evento foi transmitido pela TV Brasil. Além da empresa pública de comunicação, somente emissoras que concordaram em transmitir o discurso ao vivo e sem cortes foram autorizadas a entrar no local da reunião.

O QUE DIZ A DENÚNCIA CONTRA BOLSONARO?

Para o PDT, partido que ingressou com a denúncia, Bolsonaro abusou do poder político e dos meios de comunicação, ao realizar um evento de campanha eleitoral antecipada.

Na reunião, Bolsonaro disse mentiras sobre o sistema eleitoral brasileiro e atacou os ministros Edson Fachin (do STF, e então presidente do TSE), Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes (ambos do STF).

Na reunião com embaixadores, Bolsonaro lançou dúvidas infundadas sobre as urnas eletrônicas. Mencionou, inclusive, um inquérito aberto em 2018 para apurar a invasão de um hacker ao sistema do TSE. O próprio tribunal, no entanto, já explicou que o acesso não interferiu nos resultados das eleições daquele ano.

Além de defender o voto impresso, o que, segundo o STF, é inconstitucional, Bolsonaro também disse que as eleições de 2020 não deveriam ter acontecido.

Bolsonaro ainda se autopromoveu durante a reunião. Exibiu um vídeo, sem conexão com o tema do discurso, no qual aparece sendo cercado por apoiadores.

"Isso acontece no Brasil todo, como eu já disse, o povo gosta da gente. Não pago um centavo para ninguém participar de absolutamente nada", disse Bolsonaro aos embaixadores, após o vídeo.

"Eu ando o Brasil todo, sou bem recebido em qualquer lugar. Ando no meio do povo. O outro lado, não. Sequer come no restaurante do hotel, porque não tem aceitação. Pessoas que devem favores a eles não querem um sistema eleitoral transparente. Pregam o tempo todo que, após anunciar o resultado das eleições, os chefes de Estado dos senhores devem reconhecer o resultado das eleições", disse também Bolsonaro.

A reunião contou com cerca de 70 embaixadores. Alguns disseram ao jornal The New York Times que ficaram desconfortáveis com as falas de Bolsonaro.

JULGAMENTO DO TSE

O relator do processo, ministro Benedito Gonçalves, votou pela condenação de Bolsonaro. No entanto, outros seis ministros ainda precisam votar.

Bolsonaro se tornará inelegível, se a maioria dos 7 ministros votar pela condenação do ex-presidente. Ainda não há previsão para quando o julgamento deve acabar.

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