VOO VASP 375: conheça o emblemático caso do voo 375 da VASP que foi sequestrado para um atentado terrorista

A aviação brasileira coleciona casos surreais de incidentes aéreos e sequestros. Nesta matéria, vamos relembrar um desses emblemáticos casos.

Trata-se do voo da extinta companhia paulista VASP, que fazia a rota do voo 375.

O voo 375 da VASP ficou conhecido pelo sequestro em pleno ar, que tinha como destino um atentado à sede do executivo nacional: o palácio do planalto.

Tudo começou no dia 29 de setembro de 1988, quando o avião da Vasp fora sequestrado por Raimundo Nonato, que planejava um atentado terrorista em solo brasileiro.

O voo 375 partira de Belo Horizonte e tinha como destino o Rio de Janeiro. O Boeing 737-300 da Vasp estava com 135 passageiros e 8 tripulantes.

O desempregado Raimundo Nonato Alves da Conceição, de 28 anos, ex-funcionário de uma construtora, queria vingança por ter perdido o emprego, o alvo? O então presidente José Sarney.

Nonato, armado, exigiu que a cabine fosse aberta, quando teve a primeira recusa, atirou na orelha do comissário Ronaldo Dias.

Quando teve a segunda recusa, atirou novamente atingindo a perna do piloto Gilberto Renhe, que estava de "carona" no voo 375.

Após ouvir o tiroteio em pleno voo, o piloto Fernando Murilo de Lima e Silva abriu a cabine, quando, para sua surpresa, ouviu de Nonato: "Vamos para Brasília. Tenho um acerto com Sarney!"

Imediatamente o piloto acionou o comando internacional de emergência para sequestro.

"E ainda avisei bem baixinho que o desejo dele era jogar o avião sobre o Palácio do Planalto", relatou o piloto.

Ao sobrevoar Brasília, percebendo nuvens, o piloto disse para o sequestrador que não tinha como aterrissar. Nonato então sugeriu que o piloto pousasse o avião em Anápolis e, depois, Goiânia.

Na sequência, um copiloto que pegou um rádio para comunicar o ocorrido à torre de controle foi baleado pelo sequestrador e morreu.

O piloto alertou que não teria como seguir para o destino requerido pelo pouco combustível que a aeronave tinha, mas o sequestrador não quis saber.

Ele exigiu que o avião então fosse a São Paulo. "Eu continuei sobrevoando a pista de Goiânia e aí ele soltou: ‘Vamos para São Paulo’.

Comecei a ficar desesperado porque se a gente mal tinha combustível para ali perto, que diria São Paulo", afirmou o piloto.

Foi a partir de então que o piloto decidiu realizar uma manobra arriscada ao perceber que o sequestrador estava irredutível.

Ele tentou uma primeira manobra para fazer Nonato cair, como não conseguiu, ele fez uma mais arriscada ainda, fazendo com que o voo 375 entrasse em "parafuso".

Com a queda do sequestrador, o piloto conseguiu fazer a aterrisagem do avião na pista do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia.

Em Goiânia, o Boeing já pousou cercado pela Polícia Federal. E após negociações, o sequestrador exigiu uma aeronave de pequeno porte para que ele pudesse seguir para Brasília, levando o comandante como refém.

Na hora em que Raimundo se preparava para subir no 2º avião, o piloto decidiu tentar a sorte correndo, mas acabou baleado.

Felizmente, o tiro atingiu a perna, sem grandes complicações. O sequestrador, contudo, em uma rápida ação da PF, foi atingido no quadril. Detido, acabou morrendo 3 dias depois em um hospital.

Fonte: https://folhaz.com.br/ e https://diariodopoder.com.br/

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