Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na manhã desta terça-feira (6) no Loteamento Paraíso, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, relacionado à operação nacional "Cravada", que tem o objetivo de desarticular o núcleo financeiro da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que atua principalmente em São Paulo. A operação é realizada pela Polícia Federal com o apoio do Ministério Público do Paraná, Gaeco de São Paulo, Departamento Penitenciário Federal, Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo e Polícia Militar de São Paulo.
De acordo com as investigações, o núcleo seria responsável pelo recolhimento, gerenciamento e emprego de valores para financiamento de crimes nos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Acre, Roraima, Pernambuco e Minas Gerais. Os pagamentos, também chamados de "rifas", eram repassados ao PCC por intermédio de diversas contas bancárias de maneira intercalada, com o uso de algumas medidas para dificultar o rastreamento. A investigação indica a circulação de aproximadamente R$ 1 milhão por mês nas contas utilizadas em benefício do crime.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, foram identificadas e bloqueadas mais de 400 contas bancárias suspeitas em todo o País. Os valores eram utilizados para pagar a aquisição de armas de fogo e de drogas para o PCC, além de providenciar transporte e manutenção da estadia de integrantes e familiares de membros da facção criminosa em locais próximos a presídios.
Ao todo, estão sendo cumpridos 55 mandados de busca e apreensão e 30 mandados de prisão, expedidos pela Vara Criminal de Piraquara (PR), em Curitiba, São José dos Pinhais, Paranaguá, Centenário do Sul, Arapongas, Londrina, Umuarama, Pérola, Tapejara, Cascavel, Guarapuava, no Paraná; Praia Grande, Itapeva, Osasco e Itaquaquecetuba, Hortolândia e São Paulo, em São Paulo; além de cidades de Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Acre, Roraima e Minas Gerais.
Dos 30 mandados de prisão, oito são cumpridos em presídios, sendo três em São Paulo, um no Mato Grosso do Sul e quatro no Paraná. A investigação começou em fevereiro deste ano, a partir de informações obtidas pela polícia de que havia uma núcleo financeiro do PCC na Penitenciária Estadual de Piraquara (PR). Os alvos devem responder por crimes de tráfico de entorpecentes, associação para o tráfico, organização criminosa, entre outros.
A PF participa do caso porque a facção tem atuação interestadual. O nome da operação faz referência a uma jogada de xadrez em que uma peça, quando ameaçada pelo adversário, fica impossibilitada de se mover, em razão de haver uma peça de maior valor em risco. De acordo com a PF, da mesma forma, a operação deflagrada nesta terça visa a sufocar as reações das lideranças das facções criminosas, atingindo núcleos importantes de comunicação e de gerenciamento financeiro.
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