O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello decidiu abrir um inquérito para investigar as declarações feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ao pedir demissão na última sexta-feira (24). Moro fez acusações contra o presidente Jair Bolsonaro, dizendo que ele queria interferir politicamente na Polícia Federal.
A decisão do decano da Corte atendeu a um pedido feito pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, na semana passada. Uma das primeiras medidas da investigação será a convocação de Moro para prestar depoimento e entregar eventuais provas das denúncias feitas por ele.
Demissão de Moro
A demissão de Moro do governo do presidente Jair Bolsonaro foi confirmada pelo ex-ministro na última sexta-feira (24), durante pronunciamento. O motivo da saída, segundo ele, foi a exoneração do então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, sem justificativa. Na avaliação de Moro, só deveria haver substituição em caso de "erro grave" ou "insuficiência de desempenho", o que de acordo com o ex-ministro, não existiu: "O que houve foi um trabalho bem feito".
O ex-ministro afirmou que com a mudança, houve "violação da carta branca" que Bolsonaro teria dado quando ele assumiu o cargo e "uma clara interferência política na PF". Moro declarou que Bolsonaro "disse expressamente" que queria ter na direção-geral da PF uma pessoa com quem ele pudesse ter um contato pessoal para obter relatórios de inteligência e que o presidente estava preocupado com o andamento de inquéritos envolvendo a família no Supremo Tribunal Federal (STF).
Novo ministro
Bolsonaro nomeou o novo ministro da Justiça e Segurança Pública. André Luiz de Mendonça substituirá o ex-juiz. Quem ocupará o lugar de Valeixo na PF será Alexandre Ramagem. Os decretos com a nomeação de Mendonça e Ramagem foram publicados no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (28).
*Com informações da Agência Brasil