Saúde

Anvisa autoriza testes de vacina chinesa contra coronavírus

Nove mil voluntários participam do levantamento para testar efetividade da vacina

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 04/07/2020 às 12:53
Rovena Rosa/ABr
FOTO: Rovena Rosa/ABr

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a realização de testes de uma vacina contra o novo coronavírus (covid-19) desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac. Os testes devem ocorrer em vários locais do Brasil.

O pedido de liberação foi feito pelo Instituto Butantan ainda em junho, e a aprovação veio nesta sexta-feira (3). Intitulada CoronaVac, a vacina foi produzida a partir de cepas inativadas do novo coronavírus e está na terceira fase de testes. Nesta etapa, a imunização pode ser aplicada em um número maio de pessoas.

O levantamento para avaliar a efetividade da vacina contará com a participação de 9 mil voluntários de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná, além do Distrito Federal. Uma parte deles receberá a vacina e a outra, um placebo. A ideia é verificar se há estímulo à produção de anticorpos para prevenir o vírus.

Os estudos da primeira e segunda fases da vacina foram feitos em humanos saudáveis e em animais, e de acordo com a Anvisa mostraram segurança e capacidade de provocar resposta imune "favoráveis".

Conselho ético

Mesmo após a aprovação da Anvisa, é preciso que o programa de testagem passe por um conselho ético para validar a metodologia de testagem em humanos. A validação poderá ser feita pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), ligada ao Ministério da Saúde, ou pela Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa (CAPPesq), que é vinculada à Secretaria Estadual da Saúde de SP.

Os custos para testar a vacina são estimados em R$ 85 milhões e prevê a transferência de tecnologia para que a vacina chinesa possa ser produzida no Brasil. A CoronaVac é a segunda vacina a receber autorização da Anvisa para testes no País. No mês de junho, o órgão autorizou ensaios clínicos de uma vacina produzida na Universidade de Oxford, na Inglaterra.

*Com informações do Estadão