Processo criminal

Caso Miguel: Justiça aceita denúncia contra Sarí Corte Real

Com a decisão, ex-patroa da mãe do menino passa à condição de ré em processo criminal

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 15/07/2020 às 14:37
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

A Justiça de Pernambuco aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público contra Sari Mariana Corte Real por abandono de incapaz no caso da morte do menino Miguel Otávio. Com a decisão, Sarí passa à condição de ré em um processo criminal. O despacho foi assinado na noite de terça-feira (14). A decisão foi proferida pelo juiz José Renato Bizerra, da 1ª Vara de Crimes contra a Criança e o Adolescente do Recife.

Primeira-dama de Tamandaré, Sarí Corte Real está sendo acusada pela morte de Miguel Otávio Santana da Silva, de cinco anos, filho de sua ex-empregada doméstica. O menino caiu do nono andar do prédio de luxo em que a acusada mora, depois de ter sido deixado sozinho pela então patroa da mãe no elevador. No momento da morte, a empregada passeava com o cachorro dos patrões.

A pena prevista para o crime de abandono de incapaz é de quatro a 12 anos de reclusão. Há ainda dois agravantes: ter sido contra criança e em meio à conjuntura de calamidade pública provocada pela pandemia de covid-19. Isto eleva as chances de ela pegar a pena máxima, caso condenada.

Agora, os advogados da acusada terão um prazo de 10 dias para apresentar a defesa. Depois, será realizada a audiência de instrução e julgamento do caso, com a oitiva de testemunhas de defesa e acusação.

Relembre o caso

Miguel morreu após cair de uma altura de 35 metros do condomínio de luxo Píer Maurício de Nassau (Torres Gêmeas), no bairro São José, na área central do Recife. Segundo as investigações da Polícia Civil, o menino entrou no elevador do prédio e foi até o 9º andar, onde escalou uma grade e caiu de uma altura de 35 metros. Ele estava no apartamento com a patroa da mãe dele e uma manicure.

A mãe dele desceu para passear com o cachorro da patroa. A criança quis ir junto com a mãe, mas foi contido pela dona do apartamento. O menino tentou escapar novamente e a moradora o deixou ir para o elevador sozinho. A patroa da mãe de Miguel, Sarí Corte Real, viu quando a criança entrou no elevador e não a impediu de andar sozinha.