Crise econômica

Com apenas seis vagas de emprego, loja atrai fila quilométrica de candidatos em Caruaru

Mais de 3 mil postos de trabalho foram fechados na cidade durante a pandemia da covid-19

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 14/08/2020 às 16:34
Reprodução/TV Jornal Interior
FOTO: Reprodução/TV Jornal Interior

A crise econômica que afeta o Brasil por causa da pandemia do novo coronavírus fez com que muitas pessoas perdessem o emprego. Em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, foram fechados 3.179 postos de trabalho no primeiro semestre desde ano. Em 2019, no mesmo período, foram fechados 81 postos de trabalho.

Na manhã desta sexta-feira (14), a quantidade de pessoas na fila para se candidatar a apenas seis vagas de emprego chamou a atenção em frente a uma loja de produtos de limpeza, prevista para abrir no próximo mês no bairro Indianópolis. Antes das 6h, já havia gente aguardando. Ao longo da manhã, a fila chegou a dobrar o quarteirão. As oportunidades são para estoquista, auxiliar de loja, gerente e vendedor.

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O auxiliar administrativo José Roberto trabalhava em um supermercado e soube das vagas através de uma amiga. "Tive a oportunidade de vir aqui, uma amiga me mandou através do WhatsApp. Está muito difícil a situação e a quantidade de pessoas que tem é imensa, vamos ver se dá certo", disse.

Com experiência na área de vigilância, José Roberto está aceitando oportunidades em qualquer área: "Eu cheguei aqui de 6h, estou precisando voltar. Fazem dois anos que estou parado". O auxiliar administrativo Almir de Lima perdeu o emprego por causa da pandemia. "Eu espero ser recolocado no mercado de trabalho", declarou.

Qualificação

Também na tentativa de conseguir uma vaga, a assistente administrativa Nayara Saltarelli é formada em Administração e cursa Farmácia. Ela sempre procura se qualificar, mas percebe que isto pode se tornar um empecilho. "Você com muitas qualificações tem que tirar as qualificações do currículo para conseguir voltar para o mercado de trabalho. Parece que para as empresas, quanto mais qualificadas as pessoas são, mais as pessoas têm medo da qualificação. Em vez de dar uma chance, fica com medo de não ter o salário para pagar para aquela pessoa", lamentou.

Cristina dos Santos trabalhava como operadora de telemarketing, mas está desempregada desde 2017. Ao saber das vagas, decidiu tentar: "Vim arriscar hoje para ver se tenho alguma oportunidade".