A vacinação contra a Covid-19 começou no dia 17 de janeiro no Brasil, desde então já foram registradas 2.982 denúncias de possíveis casos de 'fura fila'. Na prática, uma em cada 1.341 doses aplicadas no país foi para pessoas fora dos grupos prioritários estabelecido pelo Ministério da Saúde.
Os estados onde houve maior quantidade de denúncias foram o Rio Grande do Norte, com 640; Minas Gerais, com 589; e Rio de Janeiro, com 413. Os dados fazem parte de um levantamento junto aos Ministérios Públicos e às Ouvidorias Gerais dos estados.
Este cenário de corrupção ao fura a fila da vacina agrava o problema da escassez de imunizantes e atrapalha o planejamento e distribuição. Os casos de pessoas que passaram na frente dos grupos prioritários podem ser ainda mais numerosos, visto que em muitos municípios não há sequer mecanismos de denúncia.
Critérios diferentes
Os diferentes critérios de prioridade para vacinação de cada município confundem a população e dificultam a fiscalização e o trabalho dos Ministérios Públicos, deixando brechas para as fraudes. Para tentar coibir os casos, as Secretarias de Saúde estão disponibilizando e-mails, telefones ou WhatsApp que recebem os relatos e repassam para investigação.
O Ministério da Saúde disse que orienta que estados e municípios para seguir as orientações coordenadas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). A pasta reforçou que os municípios têm autonomia para executar o processo de vacinação, e que é importante que os cidadãos informem possíveis irregularidades às secretarias de Saúde.
Denúncias
Muitas denúncias ainda estão sob investigação, por isso não é possível ainda apontar quem são os principais fura-fila. Entre os nomes já divulgados pela imprensa, há anônimos, políticos, funcionários públicos e seus familiares.
Os casos que chegam aos Ministérios Públicos são encaminhados para as promotorias. Se confirmada a ilegalidade, é feita uma denúncia criminal ou aberta ação por improbidade administrativa.