Medicação

Médicos alertam sobre uso de ivermectina contra a Covid-19

Paciente pode precisar de transplante de fígado após tratar a doença com o vermífugo

Laís Milena
Laís Milena
Publicado em 11/02/2021 às 14:31
Dirceu Portugal/Estadão Conteúdo
FOTO: Dirceu Portugal/Estadão Conteúdo

Os médicos estão pedindo a população para que não use remédios sem prescrição de um profissional capacitado contra a Covid-19. O alerta surgiu após o caso de uma paciente jovem que desenvolveu hepatite medicamentosa depois de ser internada com a doença e medicada com ivermectina, remédio utilizado como vermífugo.

A mulher corre o risco de precisar de um transplante de fígado, supostamente por tomar 18 mg por dia de ivermectina, durante uma semana, para combater um quadro leve de Covid-19. O caso foi postado em um tuíte do pneumologista Frederico Fernandes, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia.

“Me solicitaram avaliação para uma paciente com hepatite medicamentosa. Está a um passo de precisar de um transplante de fígado. Ganha um troféu quem adivinhar qual medicação foi a culpada”, diz no post.

“Pois é. Hepatite medicamentosa por ivermectina. 18 mg por dia por uma semana. Por Covid leve em jovem. Muito triste ver uma pessoa jovem a ponto de precisar de um transplante por usar uma medicação que não funciona em uma situação que não precisa de remédio algum“, completou.

Fabricante não recomenda

A ivermectina é utilizada para promover a eliminação de vários parasitas do corpo. O medicamento faz parte do "Kit Covid", que é um conjunto de remédios voltados ao suposto tratamento precoce da doença.

A farmacêutica Merck, responsável pela fabricação do vermífungo, divulgou um comunicado na quinta-feira (4) informando que não existem dados suficientes para comprovar a eficácia do medicamento contra a Covid-19.

Fabricante da ivermectina diz que medicamento não é eficaz contra Covid-19

"Não acreditamos que os dados disponíveis sustentem a segurança e a eficácia da ivermectina além das doses e dos grupos indicados nas informações de prescrição aprovadas por agências regulatórias", diz o comunicado.

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