Medicação

Bolsonaro quer pedir uso emergencial para spray nasal contra a Covid-19

Medicamento é desenvolvido por Israel e ainda não possui eficácia comprovada no combate ao coronavírus

NE10 Interior
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Publicado em 15/02/2021 às 17:26
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (15) que o governo vai pedir autorização para o uso emergencial de um spray nasal contra a Covid-19. A droga é desenvolvida por Israel e ainda não possui eficácia comprovada no combate ao coronavírus.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu descreveu o EXO-CD24 como um tratamento “milagroso”. Na sexta-feira (12), Bolsonaro anunciou no Twitter que, após uma conversa com Netanyahu, o Brasil deve participar da fase três de testes do spray.

Nesta segunda, o presidente reforçou que fará o pedido de análise do medicamento a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Brevemente será enviado à Anvisa o pedido de análise para uso emergencial do medicamento”, disse.

O Centro Médico Ichilov anunciou que em um teste de Fase 1 em humanos, o spray foi administrado em 30 pacientes, de moderados a graves, destes 29 receberam alta hospitalar entre três e cinco dias após o tratamento. O paciente restante também se recuperou, apesar de ter demorado mais.

No entanto, não foi informado se foi administrado placebo em um grupo de controle, os os resultado ainda não foram publicados em uma revista científica. Também não foi informado se os pacientes que usaram o spray tiveram algum efeito colateral.

Israel tem o tamanho do estado de Alagoas, mas com o triplo da população, e lidera a vacinação no mundo, de acordo com o levantamento do portal Our World in.

Como funciona o spray?

A ação da droga é semelhante à de outros medicamentos que já foram e vem sendo testados contra a Covid-19. O objetivo é impedir a chamada tempestade de citocinas, uma reação exacerbada do sistema imune que faz com que o organismo ataque o próprio corpo, e não o vírus.

A droga israelense consiste em levar às células pulmonares via exossomos -pequenas vesículas que transportam substâncias entre as células- uma proteína, chamada CD24, que diminui o processo inflamatório e restabelece o equilíbrio ao sistema imunológico.

Outros medicamentos estudados para Covid-19 também apresentaram resultados promissores em estudos com uma quantidade pequena de participantes, e depois foram comprovados ineficazes para o tratamento da doença, como ocorreu com a hidroxicloroquina e a ivermectina, que já tiveram o uso descartado para os pacientes com a Covid-19.

* Com informações do jornal Folha de S. Paulo