A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, na manhã desta quinta-feira (8), o vereador carioca Dr. Jairinho (Solidariedade) e Monique Medeiros, padrasto e mãe de Henry Borel, pela morte da criança. A investigação do caso é realizada por agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca).
De acordo com os investigadores, a criança morreu em 8 de março, vítima de assassinato com emprego de tortura e sem chance de defesa. Padrasto e mãe de Henry foram presos sob acusação de atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas para combinar versões.
Os mandados de prisão do casal foram expedidos na última quarta-feira (7) pelo 2º Tribunal do Júri do Rio. A prisão é temporária, válida por 30 dias. A defesa dos dois nega envolvimento dos suspeitos com a morte de Henry, que alegam que o menino morreu vítima de acidente doméstico.
Tortura e investigação
Durante as investigações do caso, a polícia chegou a afirmar que descobriu que, antes do fim de semana da morte de Henry no dia 8 de março, o vereador Dr. Jairinho já agredia o menino com chutes, rasteiras e golpes na cabeça. Policiais afirmaram que a mãe, Monique, já sabia das agressões desde, pelo menos, fevereiro.
Os investigadores alegam que o vereador teria praticado ao menos uma sessão de tortura com Henry em fevereiro deste ano. Desde o dia da morte da criança, a polícia ouviu pelo menos 18 testemunhas e reuniu provas técnicas que descartaram a hipótese de acidente.
O resultado da necropsia, feita pelo Instituto Médico-Legal (IML) aponta para uma ação violenta e destaca que a criança sofreu “múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores”, “infiltração hemorrágica” na parte frontal, lateral e posterior da cabeça, apontou “grande quantidade de sangue no abdômen", “contusão no rim” e “trauma com contusão pulmonar”.
O documento diz que a causa da morte de Henry foi “hemorragia interna e laceração hepática [danos no fígado] causada por uma ação contundente [violenta]”.