Eleições 2024

Presença de Anderson Ferreira no governo de Raquel Lyra divide direita em Pernambuco

A tabelinha entre Raquel Lyra e Anderson Ferreira acontece depois dela esnobar o grupo de Miguel Coelho

Jamildo Melo Rodrigo Fernandes
Jamildo Melo
Rodrigo Fernandes
Publicado em 20/03/2023 às 10:27
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Governadora Raquel Lyra, na pré-campanha, com o então candidato ao governo Anderson Ferreira - FOTO: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM

O Blog de Jamildo revelou em primeira mão, no último sábado, a operação de transferência de um aliado do ex-prefeito Anderson Ferreira (PL) no comando do Metrô do Recife (Metrorec) para a presidência do Detran de Pernambuco, no governo Raquel Lyra.

A movimentação deixou mais explicita a nova aliança entre o candidato derrotado ao governo de Bolsonaro e a governadora eleita.

Nas eleições estaduais, já chamava a atenção dos meios políticos que Raquel Lyra fazia de tudo e não criticava o Metrô do Recife nem sua gestão pelo sucateamento, ou mesmo o governo federal. As críticas eram direcionadas ao ex-governador Paulo Câmara, que não tinha qualquer comando sobre a estatal federal.

Neste início de gestão, a parceria entre Raquel e Anderson não deixou de receber críticas na própria direita, uma vez que sinaliza para uma movimentação conjunta nas eleições de 2022. Nada impede que sejam assimiladas mais tarde, com novas composições, ao que parece.

O Blog de Jamildo apurou que vem mais indicações por ai.

"A decisão isolada de Anderson"

"Anderson Ferreira fechou com Raquel Lyra sem ouvir nenhum dos quatro deputados federais do PL nem qualquer um dos cinco estaduais do partido. Uma decisão isolada que demonstra falta de habilidade política. Nenhum deputado está com eles, mas ninguém vai assumir essa critica publicamente", afirmou uma fonte bolsonarista.

A jogada é uma resposta a João Campos, que já havia se movimentado chamando o PT de volta e tendo que dobrar a língua, depois de ter dito antes que não daria emprego aos petistas na PCR.

A movimentação também ocorre logo depois do grupo dos Coelhos usar blogs e colunistas locais para mandar o recado de que poderia rumar com João Campos. Raquel Lyra esnobou o gestor de Miguel Coelho e não abriu espaço no governo para a família de Petrolina.

Ao contrário, meteu no governo Guilherme Coelho, adversário de FBC e os filhos novamente.

Na campanha, o grupo mais radical de bolsonaristas pegou no pé da candidata para que ela declarasse voto no presidente, mas a estratégia foi manter a postura dúbia, para angariar votos dos dois lados do campo político. Acabou dando certo, para ela.