Política

Após depoimento para Polícia Federal, BOLSONARO nega ter participado de suposto plano para impedir posse de Lula

Bolsonaro negou vínculo com Marcos do Val durante entrevista

Marilia Pessoa
Marilia Pessoa
Publicado em 12/07/2023 às 20:36
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DOUGLAS MAGNO / AFP
Declarado inelegível pelo TSE, Bolsonaro fica impedido de participar das eleições de 2024, 2026 e 2028 - FOTO: DOUGLAS MAGNO / AFP

Após aproximadamente duas horas de depoimento para a Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou a sede em Brasília nesta quarta-feira (12).

Ele foi ouvido no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado, que teria sido articulada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES). O inquérito foi aberto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em fevereiro.

A Polícia Federal não revelou o conteúdo do depoimento. Ao falar com a imprensa, Bolsonaro negou qualquer vínculo com Marcos do Val, embora tenha admitido ter participado de uma reunião com o senador e o então deputado federal Daniel Silveira no início de dezembro.

O conteúdo dessa reunião está sendo investigado pela polícia. Suspeita-se que eles discutiram uma possível tentativa de golpe de Estado, invalidando as eleições que ocorreram pouco mais de um mês antes.

“Nada aconteceu no dia 8 de dezembro. Até porque não tinha nenhum vínculo com o senhor Marcos do Val. Que eu me lembre, nunca tive uma reunião com ele, nunca o recebi em audiência, a não ser, talvez, fotografia, que é muito comum acontecer entre nós. Então, nada foi tratado, não tinha nenhum plano”, disse.

Ele afirmou que permaneceu em silêncio durante o encontro com os parlamentares, que eram membros de sua base governista: “O que eu tirei da conversa, fiquei calado ali, era que o Daniel Silveira queria que o Marcos do Val falasse alguma coisa. Ele também não falou nada”.

Bolsonaro afirmou que a impressão que teve de Silveira e do Val é que os dois não costumavam conversar entre si, mas se aproximaram após o senador mencionar, durante uma audiência pública, que precisaria se ausentar para uma reunião com o ministro do STF.

“Passou a ter [uma relação entre os dois parlamentares] após aquela audiência pública onde o Marcos do Val, ao falar que iria se encontrar com o ministro Alexandre de Moraes, poderia extrair algo de útil desse possível relacionamento entre o senador e o ministro”.

Uma das suspeitas seria de que o senador queria gravar a conversa para tentar conseguir uma declaração do ministro admitindo ter ultrapassado "os limites da Constituição".

A admissão de culpa, que nunca ocorreu por parte do magistrado, poderia ser usada como como argumento para questionar o resultado das eleições presidenciais de 2022.

*Com informações da Agência Brasil

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