Padre Airton Freire é preso por suspeita de envolvimento em estupro

Padre está sendo investigado após denúncia
Marilia Pessoa
Publicado em 14/07/2023 às 15:02
CATÓLICO | Padre Airton estará no Recife. Foto: Divulgação


O padre Airton Freire, da Fundação Terra, foi preso nesta sexta-feira (14), em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco. Ele está sendo investigado após denúncia de envolvimento em estupro.

A prisão do padre teve apoio da Polícia Civil do Ceará e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Um mandado de busca e apreensão também foi cumprido.

RELEMBRE O CASO

A personal stylist Sílvia Tavares de Souza, de 53 anos, denunciou o padre e o motorista dele, Jailson Leonardo da Silva. De acordo com a mulher, o estupro teria sido praticado durante um retiro espiritual em agosto do ano passado.

Ela relatou, em entrevista à TV Jornal, que tinha uma relação próxima com o padre. "Acreditava piamente na honestidade dele e chamava ele de padinho", disse.

A personal stylist disse que foi estuprada pelo motorista a mando do padre, que teria presenciado a cena. Segundo ela, teria sido convidade pelo padre para fazer uma massagem.

A Polícia Civil disse, por meio de nota, que os detalhes das investigações serão apresentados "em momento oportuno".

PADRE AIRTON FREIRE FOI AFASTADO

O padre Airton foi afastado das atividades religiosas desde o final de maio de 2023, depois de uma publicação de decreto interno da Diocese de Pesqueira.

Confira:

O decreto enfatizou que a decisão foi baseada na consideração de advertências anteriores e na gravidade dos eventos atualmente sob investigação tanto no âmbito estatal quanto eclesiástico.

NOTA DA DEFESA DO PADRE AIRTON

"Surpreendeu a defesa do padre Airton Freire a decisão de decretar a prisão preventiva do sacerdote. O feito é totalmente contrário às condições previstas em lei e será tratado em habeas corpus a ser impetrado pela defesa. Importante lembrar que o padre, um homem de 67 anos, sofre sérias restrições de saúde.

A decisão ignora que o padre havia se afastado das funções eclesiásticas e da presidência da Fundação Terra, onde desenvolve um trabalho social que atendeu milhares de pessoas nos últimos 40 anos. Depois do afastamento, ficou isolado em sua residência — que é fixa, onde ele pode ser encontrado a qualquer momento —, de forma a não interferir nas investigações.

Apesar de todo o apoio que tem recebido de milhares de pessoas na internet e em manifestações públicas nas ruas de Arcoverde (PE), o padre jamais estimulou ou insuflou movimentos, de modo a não causar comoção social ou desordem pública. E mais: agiu de boa fé ao concordar em se apresentar espontaneamente à Justiça após a decretação da prisão, sem criar mecanismos de retardamento do cumprimento da ordem legal."

MPPE AFIRMA QUE HÁ OUTRAS INVESTIGAÇÕES E ANDAMENTO

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) informou que há cinco inquéritos em andamento, mas não revelou o número de possíveis vítimas. Veja nota:

"A Promotoria de Justiça da Comarca de Buíque acrescenta que, no momento, há cinco inquéritos policiais instaurados, em razão da identificação de outras vítimas. Considerando a importância de uma análise célere e substancial de todos os fatos, a Procuradoria-Geral de Justiça designou mais três membros do Ministério Público para atuarem no caso".

O MPPE também informou que segue acompanhando as investigações a cargo da Polícia Civil.

Confira nota do MPPE completa:

"O Ministério Público do Estado de Pernambuco tem feito exame criterioso dos elementos de prova até então colhidos e pauta-se pelas normas internas e internacionais inseridas no sistema jurídico pátrio, preocupado principalmente com os direitos humanos e com as medidas necessárias para resguardar e evitar revitimizações das vítimas que buscaram o aparato estatal para relatarem violências sexuais que estão sob investigação.

A adoção de medidas cautelares em procedimentos dessa natureza, especialmente com a elucidação de mais de um caso, na visão do Ministério Público, acolhida pelo Poder Judiciário, mostra-se necessária para garantir a continuidade do trabalho investigativo da Polícia, que está sendo acompanhado pelo MPPE; afastar os riscos de reiteração delitiva; bem como assegurar proteção às vítimas que procuraram o Estado para relatarem fatos criminosos contra suas dignidades sexuais.

A Promotoria de Justiça da Comarca de Buíque acrescenta que, no momento, há cinco inquéritos policiais instaurados, em razão da identificação de outras vítimas. Considerando a importância de uma análise célere e substancial de todos os fatos, a Procuradoria-Geral de Justiça designou mais três membros do Ministério Público para atuarem no caso.

No mais, o Ministério Público mantém o acompanhamento das investigações a cargo da Polícia Civil. Por se tratar de inquéritos sigilosos, não serão divulgadas, no momento, mais informações sobre o caso."

*Com informações do JC

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