O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid confessou recentemente que o ex-chefe do Executivo ordenou a venda das joias recebidas da Arábia Saudita. O dinheiro teria sido repassado a Bolsonaro em éspecie, para não deixar rastros.
A informação foi inicialmente publicada pela Revista Veja e confirmada posteriormente pela CNN.
"Eu não peguei dinheiro de ninguém. Minha marca é a honestidade e sempre será. Contra mim, não tem absolutamente nada. Não há nada de concreto contra mim. O tempo vai mostrar tudo", disse Bolsonaro à CNN.
"Acredito que o Cid esteja preocupado com o pai dele. Soube que tanto o pai como a mãe estão deprimidos. Ele já está preso há mais de 100 dias. Quem não fica abalado? É triste isso. Eu lamento tudo o que está acontecendo", finaliza do ex-presidente.
MAURO CID BOLSONARO
Mauro Cid está preso desde o dia 3 de maio e, segundo investigações da Polícia Federal (PF), o ex-ajudante teria levado presentes de alto valor da Arábia Saudita aos Estados com a intenção de vendê-los. O esquema teria movimentado cerca de R$ 1 milhão.
Ainda de acordo com a PF, a conta do pai de CID teria supostamente sido utilizada para receber os valores. Foram depositados cerca de R$ 68 mil.
WALTER DELGATTI BOLSONARO
Por outro lado, o hacker Walter Delgatti Neto busca fazer revelações relacionadas a Jair Bolsonaro (PL) e a deputada Federal Carla Zambelli (PL-SP) para reduzir a pena na CPMI do 8 de Janeiro. Delgatti deve ser ouvido pela Polícia Federal novamente nesta sexta-feira (18).
O advogado Ariovaldo Moreira afirmou à CNN que é possível provar que o cliente esteve no Palácio da Alvorada em 2022 para um encontro com o então presidente Jair Bolsonaro (PL). Outras provas, de acordo com Ariovaldo, colocam Delgatti e Zambeli em um posto de combustíveis, no interior de São Paulo.
"O Walter, desde o início, fala a verdade. Com relação ao relacionamento com Bolsonaro e os ministros, foi opção do Walter, ele quis trazer isso [à CPMI]. Claro que ele busca um abrandamento de pena", disse Ariovaldo.
Na última quinta (17), o hacker revelou na CPI dos Atos Golpistas do Congresso Nacional que se reuniu com Bolsonaro em 2022 e que o ex-presidente prometeu um indulto caso ele fosse preso por eventual ação contra as urnas.
A defesa de Bolsonaro nega as acusações.
"Diante de informações prestadas pelo Sr. Walter Delgatti Neto, quando de sua passagem pelo Palácio da Alvorada, acerca de suposta vulnerabilidade no sistema eleitoral, o então Presidente da República, na presença de testemunhas, determinou ao Ministério da Defesa a apuração das alegações, de acordo com os procedimentos legais e em conformidade com os princípios republicanos, seguindo o mesmo padrão de conduta observado em todas as suas ações enquanto chefe de Estado. Após tal evento, o ex-Presidente nunca mais esteve na presença de tal depoente ou com ele manteve qualquer tipo de contato direto ou indireto", informa parte da nota do ex-presidente.
BOLSONARO SERÁ PRESO? ÚLTIMAS NOTÍCIAS SOBRE BOLSONARO
Entenda as acusações de Delgatti contra Bolsonaro:
- Duda Lima, o responsável pela campanha eleitoral de Jair Bolsonaro em 2022, teria solicitado a Delgatti um suposto "código-fonte fake" para "revelar" erros na urna eletrônica;
- A acusação diz que Bolsonaro teria prometido um indulto se Delgatti fosse preso;
- O ex-presidente teria, então, encaminhado Delgatti ao Ministério da Defesa para orientá-lo sobre o relatório das urnas.
O advogado revela que a prova do encontro de Delgatti com Jair Bolsonaro é uma imagem: "Ele esteve no Alvorada, que foi [a imagem divulgada pela imprensa] da entrada", diz.
A reunião teria sido intermediada por Carla Zambelli, segundo Delgatti. Após o depoimento, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou a quebra de sigilos de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
No entanto, há apenas rumores relacionados à prisão de Bolsonaro. Até o presente momento, não há indícios oficiais.