Sessão que julga primeiro réu de atos golpistas de 8 de janeiro é suspenso pelo STF para intervalo
Julgamento deve continuar nesta tarde
O Supremo Tribunal Federal (STF) interrompeu temporariamente, na manhã desta quarta-feira (13), a sessão de julgamento de Aécio Lúcio Costa Pereira, o primeiro réu acusado pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
A continuação do julgamento está programada para esta tarde. Até o momento, o ministro Alexandre de Moraes iniciou a leitura do seu voto, no qual recusou um pedido de suspeição para sua própria participação no julgamento e a solicitação de que as acusações não sejam examinadas pelo tribunal.
A decisão sobre a condenação será proferida durante a tarde da sessão.
De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Aécio teria participado na destruição do Congresso Nacional, com quebra de vidraças, portas de vidro, danos a obras de arte e equipamentos de segurança, além do uso de substâncias inflamáveis para incendiar o tapete do Salão Verde da Câmara dos Deputados.
No dia dos acontecimentos, o suspeito foi detido enquanto estava dentro do plenário do Senado. Ele chegou a compartilhar um vídeo em redes sociais durante a invasão.
A PGR reiterou mais cedo seu pedido de condenação do réu. Durante a sessão, o subprocurador da República, Carlos Frederico Santos, afirmou que os acusados agiram contra os princípios democráticos ao participarem dos atos de vandalismo.
Santos também destacou que o julgamento representa um "novo marco" na história da democracia brasileira.
“Buscou-se derrubar um governo que foi legitimamente eleito através do sufrágio universal, a pretexto de ter ocorrido fraudes nas eleições”, disse.
Durante o processo de julgamento, a equipe de defesa de Aécio Lúcio contestou vigorosamente as acusações, caracterizando o julgamento como sendo de natureza "política".
A Corte está avaliando os primeiros quatro réus suspeitos de envolvimento nos atos em questão.
Na agenda de julgamento, estão agendadas mais três ações penais, nas quais Thiago de Assis Mathar, Moacir José dos Santos e Matheus Lima de Carvalho Lázaro são os réus.
*Com informações da Agência Brasil