POLÍTICA

"Foi um grande problema", revela Mauro Cid sobre levar joias de Bolsonaro em mochila

Frase veio Mauro Cid durante troca de mensagens com o advogado e ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, Fabio Wajngarten

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Vitória Floro

Publicado em 04/09/2023 às 8:15
Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro
Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro - GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), comentou em uma mensagem de aplicativo que o modo não-oficial de entrada de joias saudistas em território brasileiro se transformou em um grande complicador do caso. Algumas delas, por exemplo, teriam sido trazidas dentro de uma mochila. “Esse foi o grande problema”, escreveu ele.

Cid utilizou a frase em uma mensagem enviada ainda em 4 de março deste ano, em uma conversa com o advogado e ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, Fabio Wajngarten.

O comentário de Cid refere-se ao caso que envolve um possível esquema de venda e recompra dos presentes enviados por delegações estrangeiras durante o governo Bolsonaro em 2021.

Entre os presentes, destaca-se o colar de diamantes entregue pelo governo saudita, que foi retido pela Receita Federal, enquanto o kit rosê gold entrou no Brasil dentro da mochila de um dos assessores do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

As mensagens trocadas entre Cid e Wajngarten foram obtidas pela colunista Juliana Dal Piva, do portal Uol. Nas mensagens, Cid compartilhou um tuíte de um perfil humorístico que mencionava que as joias estavam escondidas em uma mala diplomática, questionando o motivo de serem trazidas "escondidas".

Além disso, a coluna também revelou que Cid admitiu, ainda em março, que esses itens eram "de interesse público, mesmo que sejam privados", o que contradiz o argumento da defesa do ex-presidente Bolsonaro, que solicitou a devolução das joias ao Tribunal de Contas da União (TCU), alegando que elas pertenciam a Bolsonaro.

A Polícia Federal está investigando se Jair Bolsonaro tinha conhecimento das negociações ilegais realizadas por Cid ou se ele instruiu os ajudantes de ordens a vender os presentes sauditas no exterior. Tanto o ex-presidente quanto Michelle Bolsonaro tiveram a quebra do sigilo fiscal e bancário autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O caso das joias de Bolsonaro

A Operação Lucas 12:2 está conduzindo uma investigação sobre o destino dos presentes que foram entregues ao então presidente Jair Bolsonaro durante suas visitas oficiais.

Conforme determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), esses itens devem ser incorporados ao acervo da União, em vez de permanecerem no acervo pessoal do ex-presidente.

Em 11 de agosto, a Polícia Federal realizou ações direcionadas a aliados e colaboradores de Bolsonaro no caso das joias.

Os indivíduos envolvidos incluem o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, o ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid, o advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef e o segundo-tenente Osmar Crivelatti.

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