A porta-voz do escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) disse nesta terça-feira (17) que Israel pode ter cometido crime internacional ao forçar o deslocamento de milhares de civis palestinos do Norte em direção ao Sul da Faixa de Gaza.
Segundo Ravina Shamdasani, porta-voz do escritório de Direitos Humanos da ONU, Israel não fez nenhum esforço para garantir que civis que deixaram suas casas tivessem acomodações adequadas, higiene, saúde, segurança e alimentação.
“Estamos preocupados que esta ordem, combinada com a imposição de um cerco completo a Gaza, possa não ser considerada uma evacuação temporária legal e, portanto, equivaleria a uma transferência forçada de civis, em violação do direito internacional”, afirmou Ravina.
"Transferência forçada de civis" é considerado, no Direito Internacional, crime contra a humanidade e pode ser punido pelo Tribunal Penal Internacional.
Até o momento, mais de 4,1 mil pessoas já morreram na guerra, iniciada no dia 7 de outubro, quando terroristas do Hamas invadiram Israel.
Ainda de acordo com a porta-voz, a resposta de Israel aos ataques do Hamas não pode ser desproporcional. "A violação de um lado não absolve o outro lado", disse Ravina, segundo o UOL.
Bombardeios israelenses deixam mortos e feridos na região Sul de Gaza hoje
Nesta terça-feira (17), Israel bombardeou centenas de alvos na região Sul da Faixa de Gaza. A região está lotada de civis que se deslocaram do Norte, a partir de uma ordem do próprio Exército israelense, que argumentava motivos de segurança para a determinação.
De acordo com o G1, o Ministério do Interior de Gaza afirma que os bombardeios mataram 49 pessoas nas cidades de Rafah e Khan Younes. O UOL disse que o canal de notícias Al Jazeera contou 71 mortes até o momento.
A cidade de Khan Younes é a maior da região Sul da Faixa de Gaza. Rafah é a única cidade que faz fronteira com o Egito e é por onde milhares de inocentes pretendem passar para chegar ao Egito, em direção a outros países.
Sul de Gaza
Desde o início da guerra, Israel impediu o reabastecimento da Faixa de Gaza, que está com pouquíssima água, combustíveis, alimentos e medicamentos.
No Sul, especificamente, a situação é ainda mais dramática, já que se trata de uma região com ainda menos estrutura e que está lotada de refugiados que aguardam a abertura da fronteira com o Egito.
Até o momento, não há indícios sobre quando a fronteira será aberta e, finalmente, os civis poderão deixar o local que está sendo atacado por Israel.