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Lula corre para aprovar 4 projetos no Congresso com 2 semanas antes de recesso parlamentar

Lula mobiliza governo para tentar acelerar aprovação de projetos que poderão melhorar arrecadação para 2024. Situação ocorre com pouco mais de duas semanas antes do início do recesso parlamentar do Congresso Nacional

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Cynara Maíra

Publicado em 05/12/2023 às 9:04
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O governo Lula (PT) está empenhado em aprovar ao menos quatro medidas importante para 2024 ainda neste ano. Como o recesso parlamentar se inicia em 23 de dezembro, o processo de articulação precisa ser realizado às pressas. 

O foco da administração de Lula é mobilizar o Congresso Nacional nas próximas duas semanas para garantir a implementação de propostas que contribuirão para o aumento da receita no Orçamento de 2024.

Governo Lula tenta aprovar propostas no Congresso para assegurar meta de déficit zero em 2024

Depois de manter a meta fiscal em déficit zero para 2024, o Governo Lula concentra seus esforços no final do ano para envolver o Congresso Nacional na aprovação de pautas que possam impulsionar as receitas da União, facilitando o equilíbrio das contas públicas.

Dentre as propostas que o Governo Federal busca aprovar ainda em 2023, estão a regulamentação das apostas esportivas, a limitação da subvenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), a reforma tributária e a revogação dos benefícios tributários que permitem a dedução de juros de capital próprio (JCP).

Reforma Tributária

Na agenda desde o início do terceiro mandato de Lula, a Reforma Tributária já passou pela Câmara e pelo Senado, mas, após alterações, requer reavaliação pelos deputados.

Este é o ponto central que o Governo Federal pretende aprovar ainda este ano. Com a simplificação de diversos tributos em âmbito federal, estadual e municipal, a redução de alíquotas para serviços prioritários e a criação de tratamentos específicos para diversos setores, a proposta busca consenso entre Senado e Câmara.

Diante de pontos de conflito, a estratégia governista pode focar na aprovação das partes consensuais da Reforma Tributária, deixando a continuidade das discussões para o próximo ano.

Essa Proposta de Emenda à Constituição (PEC) enviaria um sinal positivo do Governo Federal para o mercado financeiro, além de facilitar o processo fiscal no país, com potencial para melhorar a situação econômica.

REFORMA TRIBUTÁRIA: O QUE MUDA no sistema e como isso afeta seu dia a dia

Regulamentação das Apostas Esportivas

A proposta de assegurar que casas de apostas esportivas online paguem impostos ao Governo Federal, regularizando sua atuação no país, poderá arrecadar R$ 10 bilhões por ano.

 

O texto também estipula que os apostadores devem pagar uma taxa anual de 15% sobre os prêmios no Imposto de Renda de Pessoa Física, aplicável apenas se a quantia ganha ultrapassar o valor de isenção do IR (R$ 2.112,00).

A regulamentação das apostas esportivas estará em pauta no Senado nesta quarta-feira (06) e já recebeu aprovação na Câmara dos Deputados, o que poderá facilitar o processo de trâmite até 22 de dezembro. 

Governo almeja aumentar arrecadação com empresas por meio de duas propostas menores

Tanto a limitação da subvenção do ICMS, que é um auxílio sem fins lucrativos que repassa recursos financeiros públicos para outras instituições a fim de cobrir despesas, quanto a eliminação dos benefícios tributários para dedução do JCP, visam reduzir os gastos federais com auxílios empresariais e aumentar a arrecadação conquistada com esse setor.

A proposta de extinguir o desconto pelo JCP enfrenta forte resistência no Congresso, apesar das articulações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Estima-se que essa medida poderia resultar em uma arrecadação de R$ 10,5 bilhões em 2024.

Já a limitação da subvenção do ICMS busca eliminar uma brecha jurídica que permitia às empresas reduzirem o valor dos impostos federais a serem pagos. Se aprovada, a proposta proporcionaria uma arrecadação de R$ 35 bilhões em 2024.

O plano é que o tema seja votado nesta quinta-feira (07) pela Comissão Especial, embora a aprovação em 2023 seja desafiadora devido à necessidade de votação no Plenário da Câmara dos Deputados e do Senado.

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