O presidente Lula (PT) comentou a tensão entre Venezuela e Guiana e afirmou esperar bom senso entre os países sobre a disputa por parte rica em petróleo do território guianês.
Nesta sexta-feira (3), os venezuelanos participam de um referendo para aprovar ou não a invasão ao país vizinho. Lula não acredita em conflitos armados na região por causa da disputa territorial.
"O que a América do Sul não está precisando é de confusão. Não se pode ficar pensando em briga. Espero que o bom senso prevaleça, do lado da Venezuela e do lada Guiana", disse o presidente brasileiro.
"A humanidade deveria ter medo de guerra. Só faz guerra quando falta bom senso. Vale mais a pena uma conversa do que uma guerr. Se tem uma coisa que estamos precisando para crescer e para melhorar a vida do nosso povo é a gente baixar o facho, trabalhar com muita disposição de melhorar a vida do povo, e não ficar pensando em briga, não ficar inventando história", acrescentou o brasileiro.
Segundo o g1, Lula acredita que os venezuelanos votarão a favor do presidente venezuelano: "O referendo vai dar o que o [Nicolás] Maduro quer. Mas vamos ver o que vai dar".
Na semana passada, fontes do Itamaraty afirmaram buscar uma solução pacífica para o imbróglio. O Ministério da Defesa ampliou a presença militar na região do território brasileiro perto da fronteira e diz que está acompanhando as discussões.
Entenda a tensão territorial entre Venezuela e Guiana
O território de Essequibo, desejado por Nicolás Maduro, corresponde a 160 mil km², representando mais de 50% do território da Guiana, e faz fronteira com o Brasil. Na região, há imensas reservas de petróleo exploradas pela Rússia, China e empresas americanas.
Caso o resultado do referendo deste domingo seja positivo, a ideia do líder venezuelano é conceder nacionalidade venezuelana aos 125 mil habitantes da região e a criação de um estado chamado “Guiana Essequiba”.
"Acreditamos profundamente no diálogo e no acordo baseados no respeito do direito inalienável e histórico que temos como Povo. A Guiana Essequiba nos pertence por herança e séculos de luta e sacrifício. Vamos construir a verdadeira paz e prosperidade para os nossos meninos e meninas”, escreveu Maduro nas redes sociais.