Após tentativas de grupos de oposição de conectar o presidente Lula (PT) e seu partido ao assassinato da vereadora Marielle Franco, Luiz Inácio orientou sua equipe e políticos do PT sobre a situação em questão.
O desdobramento se deu após uma reportagem do The Intercept Brasil indicar que a delação de Ronnie Lessa, responsável pela morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes, apontava Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, como mandante. A delação ainda não foi homologada, o que não confirmaria a veracidade das informações.
BOLSONARISTAS VINCULAM PT AO CASO MARIELLE FRANCO POR APOIO DE DOMINGOS BRAZÃO À DILMA EM 2014
A partir de que a delação não homologada sugeriu que Domingos Brazão seria o mandante do assassinato de Marielle Franco, grupos da oposição têm tentado estabelecer uma ligação entre o caso e o PT. Bolsonaristas utilizaram fotos de Brazão apoiando a reeleição de Dilma Rousseff em 2014 para fortalecer essa narrativa.
Naquela época, Domingos Brazão era filiado ao MDB, partido que compunha a chapa de Dilma encabeçada por Michel Temer (MDB). Apesar do apoio em 2014, membros da família Brazão acabaram apoiando o impeachment em 2016.
Em medida semelhante, grupos de esquerda têm utilizado imagens do irmão de Domingos Brazão, o deputado Chiquinho Brazão (PL-RJ), na campanha de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, ao lado de um dos filhos do ex-presidente. Domingos Brazão não está presente nas imagens.
Em relação a esse tema, o ex-presidente Bolsonaro se pronunciou, indicando que o apoio dos Brazão a Dilma ou a ele não implica em vínculo deles com o assassinato, mas sugeriu que se houvesse fotos de Domingos em sua campanha, haveria um "estardalhaço".
CASO MARIELLE FRANCO: Quem são os citados por RONNIE LESSA na DELAÇÃO
LULA MANDA POLÍTICOS IGNORAREM FALAS QUE VINCULAM ASSASSINATO DE MARIELLE AO PT
De acordo com a coluna de Igor Gadelha do Portal Metrópoles, Lula instruiu sua equipe e políticos do PT a não responderem às alegações dos bolsonaristas que tentam associar o partido ao assassinato de Marielle Franco.
A estratégia de Lula é baseada na avaliação de que a teoria dificilmente ganhará relevância fora das bolhas bolsonaristas, uma vez que Marielle Franco era filiada ao PSOL, partido aliado do PT por muitos anos.
O presidente não vê como plausível a motivação do assassinato da vereadora estar relacionada ao PT, e acredita que rebater as críticas poderia intensificar ainda mais o assunto.