Recentemente, o Governo de São Paulo promulgou a regulamentação da lei que viabiliza o fornecimento de medicamentos à base de cannabis medicinal (CBD) pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Como resultado, o estado está programado para disponibilizar esses medicamentos a partir de maio deste ano.
Essa iniciativa representa um avanço significativo no cenário da saúde pública brasileira e na prática médica atual, abrindo caminhos para tratamentos inovadores e acessíveis.
Em entrevista ao Metrópoles, o médico João Paulo Cristofolo, sócio-fundador do Grupo CONAES Brasil (Congressos Nacionais de Educação em Saúde), ressalta a importância dessa regulamentação.
“A distribuição gratuita de cannabis medicinal pelo SUS em São Paulo marca um avanço significativo na saúde pública e na medicina contemporânea. Reconheço a importância dessa medida não apenas pelo seu impacto direto na acessibilidade de tratamentos inovadores, mas também pela sua capacidade de transformar a vida de muitos pacientes”, afirma o médico.
É ressaltado por Cristofolo que o custo elevado desses medicamentos tem representado um obstáculo significativo para muitos pacientes, limitando o acesso a terapias potencialmente revolucionárias.
A regulamentação, nesse sentido, visa promover uma maior igualdade no acesso à saúde, assegurando que todos, independentemente de sua situação financeira, tenham acesso a esses tratamentos.
Além disso, Cristofolo destaca a importância crucial de disseminar informações confiáveis sobre os benefícios e o uso apropriado da cannabis medicinal.
“Há ainda um grande estigma e desinformação circulando sobre a cannabis. Isso pode gerar resistência tanto por parte dos profissionais de saúde quanto dos pacientes. Portanto, educar o público e os profissionais de saúde sobre as evidências científicas e os benefícios clínicos da cannabis medicinal é crucial para a sua aceitação e uso adequado”, comenta o médico.
PRIORIDADES
Os primeiros pacientes a se beneficiarem desta iniciativa serão aqueles que sofrem das síndromes de Dravet, Lennox-Gastaut e Esclerose Tuberosa.
Cristofolo destaca os resultados encorajadores observados nos pacientes que já adotaram o uso da cannabis medicinal.
Ele destaca melhorias notáveis na qualidade de vida, especialmente em condições como as síndromes de Dravet, Lennox-Gastaut e Esclerose Tuberosa.
“Facilitar o acesso a esses tratamentos significa dar esperança e alívio a muitos que lutam diariamente contra doenças crônicas e debilitantes”, relata o médico.