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Banco Central diminui taxa Selic em 0,25% em corte mais tímido; entenda

Com votação apertada e redução menor, Copom diminui taxa básica de juros em 0,25% e país tem menor Selic desde fevereiro de 2022

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Cynara Maíra

Publicado em 09/05/2024 às 7:05
Notícia

A recente valorização do dólar e a crescente incerteza econômica levaram o Banco Central (BC) a reduzir o ritmo de redução da taxa básica de juros.

Apesar de um número mais tímido, o Comitê de Política Monetária (Copom) ainda decidiu diminuir a taxa Selic. A decisão por uma margem apertada de 5 votos a 4 foi de reduzir a taxa básica de juros da economia em 0,25%.

Essa alteração definiu a Selic para 10,5% ao ano. Analistas financeiros já esperavam esse resultado.

VOTAÇÃO SOBRE SELIC

Esta foi a sétima redução consecutiva da Selic pelo Copom, porém, a velocidade dos cortes foi reduzida. Entre agosto do ano passado e março deste ano, o Copom havia diminuído os juros básicos em 0,5 ponto percentual em cada reunião.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, desempatou a decisão ao votar por um corte de 0,25 ponto.

Além dele, votaram por essa redução os diretores Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes, indicados pelo governo anterior.

Já os membros indicados pelo governo Lula (PT) votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual.

Em seu comunicado, o Copom destacou que o cenário internacional se deteriorou e que a inflação subjacente, que exclui preços mais voláteis, está acima da meta de inflação.

O comunicado também enfatizou a importância de um arcabouço fiscal crível, aprovado no ano anterior, para a estabilidade econômica. Diferentemente das últimas reduções, o Banco Central não deu indicações sobre seus próximos passos.

REDUÇÃO DA TAXA SELIC

Com essa redução, a taxa Selic atingiu seu menor nível desde fevereiro de 2022, quando estava em 9,75% ao ano.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom aumentou a Selic por 12 vezes consecutivas, em resposta à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis.

Após isso, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete reuniões consecutivas antes de começar a ser reduzida.

Antes do ciclo de alta, a Selic estava em 2% ao ano, o menor nível da série histórica iniciada em 1986. Devido à contração econômica causada pela pandemia de COVID-19, o Banco Central reduziu a taxa para estimular a produção e o consumo, mantendo-a no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

SOBRE A TAXA BÁSICA DE JUROS

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Em março, o IPCA ficou em 0,16%, acumulando 3,93% nos últimos 12 meses, exatamente no teto da meta de inflação para 2024.

O Relatório de Inflação do Banco Central, divulgado no final de março, manteve a estimativa de que o IPCA fechará o ano em 3,5% no cenário base, mas essa projeção pode ser revisada na próxima versão do relatório, que será divulgada no final de junho.

Enquanto a redução da taxa Selic ajuda a estimular a economia ao baratear o crédito, também pode dificultar o controle da inflação.

No último Relatório de Inflação, o Banco Central aumentou para 1,9% sua projeção de crescimento para a economia em 2024, enquanto o mercado projeta uma expansão um pouco maior, com os analistas prevendo um crescimento de 2,05% do PIB para o mesmo ano.

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