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Greves nas Universidades: professores se dividem entre aceitar proposta do governo Lula

Proifes e Andes se dividem em greve dos docentes federais após primeiro grupo assinar acordo com o governo Lula

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Cynara Maíra

Publicado em 28/05/2024 às 6:26
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Com quase dois meses de greve, os professores das universidades e institutos técnicos federais se dividiram na negociação com o governo Lula (PT).

Isso porque, na reunião de negociação com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) na segunda-feira (27), a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) assinou um acordo com o governo, que indicaria o fim da greve e o aceite da proposta.

Em contrapartida, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) rejeitou a proposta e decidiu manter a greve.

Divisões semelhantes ocorreram nas greves de 2012 e 2015, quando o Proifes aceitou propostas do governo e encerrou a mobilização antes da Andes-SN.

A racha no movimento causou a declaração de ilegalidade das greves em questão, que duraram pouco tempo após a ação de negociação do Proifes.

Na UFPE, a maioria dos docentes aprovaram a manutenção da greve na última sexta-feira (24). O grupo é liderado pela Associação dos Docentes da UFPE (ADUFEPE), que faz parte da Andes.

DIVISÃO ENTRE ASSOCIAÇÕES

Segundo comunicado da Proifes, o Conselho Deliberativo, composto por 34 delegados, considerou que as consultas, reuniões e assembleias gerais dos sindicatos foram realizadas democraticamente.

“O Conselho Deliberativo se reuniu extraordinariamente no dia 26 de maio de 2024 para avaliar o resultado do processo de consulta e, após amplo debate, referendou o processo ocorrido, cuja indicação, pela maioria dos sindicatos federados, foi a aprovação da proposta”, declarou a Proifes.

Em resposta, o presidente da Andes-SN, Gustavo Seferian, criticou em vídeo nas redes sociais a atitude do governo federal de assinar o acordo com apenas uma entidade em reunião fechada.

“É a consumação de uma farsa, de um golpe que se deu no prédio do MGI”, afirmou. Seferian reiterou a continuidade da luta do sindicato, destacando a necessidade de combater o que considera um engodo.

Além de manter a greve, a Andes-SN reivindica a recomposição do orçamento das universidades federais.

POSIÇÃO DO GOVERNO LULA

Por sua vez, o secretário de Relações de Trabalho do MGI, José Lopez Feijóo, afirmou no site do ministério que o processo de negociação foi amplo e transparente, com cinco rodadas de conversas com as entidades docentes.

Feijóo destacou que, dentro dos limites orçamentários, o governo buscou construir a melhor proposta possível, dialogando com as demandas de reestruturação apresentadas pela categoria.

PROPOSTA DO GOVERNO

No último dia 15, o MGI apresentou o que denominou proposta final, oferecendo aumentos de 13,3% a 31% até 2026, com reajustes começando em 2025. A maioria da categoria reivindicava mudanças no salário a partir desse ano. 

As categorias com menores salários receberão os maiores aumentos, enquanto os de maiores salários terão reajustes menores.

Com o reajuste linear de 9% concedido ao funcionalismo federal em 2023, o aumento total ficará entre 23% e 43% no acumulado de quatro anos, conforme informou o MGI, ressaltando que a proposta supera a inflação estimada em 15% entre 2023 e 2026.

A proposta anterior previa reajuste zero em 2024, 9% em 2025 e 3,5% em 2026. Somado ao reajuste linear de 9% concedido ao funcionalismo federal no ano passado, o aumento total chegaria a 21,5% no acumulado de quatro anos.

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